Durante a segunda visita do presidente ao Estado, a expectativa é que o encontro repita o tom institucional das últimas agendas

O governador Romeu Zema (Novo) irá se encontrar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nesta quarta-feira (13) durante a inauguração de um complexo de produção de fertilizantes fosfatados no município de Serra do Salitre, no Triângulo Mineiro. O vice-governador Mateus Simões (Novo) também estará na agenda, que terá a presença do vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), e do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD).

Sem nenhuma agenda durante todo o primeiro ano de governo e sem visitas ao Estado, o encontro do presidente com o governador mineiro será o terceiro em pouco mais de um mês. A expectativa é que a agenda tenha o mesmo tom institucional do encontro entre Lula e Zema na última semana, quando o governador do Estado foi recebido pelo presidente em Brasília para discutir a dívida de Minas com a União. Na ocasião, Zema disse que ele e Lula eram “democratas”.

Na avaliação de interlocutores, há o interesse, de ambos os lados, de manterem e reforçarem o compromisso institucional entre governo do Estado e Federal, afastando qualquer tipo de polarização.

Fontes do Palácio do Planalto acreditam até que a relação institucional entre os governos é benéfica para ambos. Se por um lado, a relação institucional mostra a capacidade entre os governo de dialogarem com todos, por outro lado, a relação pode beneficiar, inclusive, Zema pensando no seu futuro político em 2026 e de seu vice, Mateus Simões, que é cotado como candidato natural ao governo de Minas.

Por isso, assim como ocorreu em Belo Horizonte no último mês, não é esperado que Lula e Zema se reúnam a sós. A agenda entre os dois deve se resumir aos anúncios dos investimentos ao Estado. O intuito do encontro é manter a relação republicana entre os governos.

Investimentos.
A segunda visita de Lula ao Estado terá como palco a inauguração de um complexo de produção de fertilizantes fosfatados. Com investimentos na ordem de U$ 1 bilhão, a previsão é que o novo complexo forneça 1 milhão de toneladas de fertilizantes por ano para a agricultura brasileira — o equivalente a 15% da produção nacional.

Durante sua visita, além de participar da inauguração do complexo de fertilizantes, Lula também deve dar mais detalhes sobre a criação de oito novos institutos federais em Minas Gerais, incluindo o de Belo Horizonte. Atualmente, o Estado conta com cinco institutos, distribuídos no Norte, Sudeste, Sul, Triângulo e na região metropolitana da capital.

Desde o ano passado, líderes políticos mineiros têm pressionado o presidente Lula por uma presença mais frequente no Estado. Sua visita anterior à capital mineira, no mês passado, foi a primeira de uma série de agendas previstas em Minas. Com o Estado sendo o segundo maior colégio eleitoral do país, a atenção dos correligionários e governistas se volta para as eleições municipais de 2024, as quais servirão de termômetro para o pleito de 2026.

Embora houvesse expectativas para que Lula também visitasse Juiz de Fora, na Zona da Mata, e anunciasse recursos do PAC, o compromisso foi cancelado de última hora no último mês. (Com Gabriela Oliva)

Dívida com a União não está na pauta

Como a agenda é institucional, Zema e Lula não devem discutir a dívida de cerca de R$ 162 bilhões do Estado com a União durante encontro na Serra do Salitre, no Triângulo Mineiro. O assunto foi debatido na última quarta-feira (6/3) em Brasília com a presença do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e do secretário de Fazenda do Estado, Luiz Cláudio Gomes. Na ocasião, Haddad prometeu que o ministério da Fazenda apresentaria até o dia 31 de março uma proposta para renegociar a dívida do Estado.

Com isso, a expectativa é que a pauta volte à mesa de negociação apenas no final do mês quando o governador deve voltar a Brasília. Conforme publicado pelo jornal O TEMPO, o governo federal deve rejeitar a utilização dos recursos de repactuação do acordo Mariana para abater dívida de Minas Gerais, que foi sugerida pelo presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco (PSD). O veto teria sido orientado pela Advocacia Geral da União (AGU).

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