Na imagem, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, e o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, além de integrantes do conselho da estatal — Foto: Ricardo Stuckert/PR

Ministro de Minas e Energia deu declaração à imprensa após a estatal enfrentar uma perda de R$ 55 bilhões em valor de mercado em um único dia

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, fez uma declaração à imprensa em resposta à perda de R$ 55 bilhões em valor de mercado enfrentada pela Petrobras em um único dia. A declaração ocorreu em frente ao Ministério da Fazenda, onde Silveira estava acompanhado por Fernando Haddad.

“Queremos uma Petrobras perene, segura para o investidor e que sirva também como determina a lei das estatais”, afirmou. Durante a declaração, Silveira falou que os acionistas da Petrobras “sabem que o governo é o controlador” da empresa.

Silveira e Haddad participaram, mais cedo, de uma reunião que durou quase 3h30 com o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, e diretores do conselho da estatal. O encontro ocorreu nesta segunda-feira (11), no Palácio do Planalto.

Silveira também comentou se a Petrobras pode alterar o posicionamento sobre o pagamento. Ele declarou que a “questão é dinâmica”.

“Questão da distribuição é dinâmica. [O capital] foi para a conta de contingência. Governo Lula tem trabalhado com muito cuidado no respeito à governança da Petrobras. Todos os os investidores sabem que governo é controlador, tem maioria do conselho”, disse.

Já Haddad analisou que uma possível distribuição de dividendos extraordinários pela estatal melhoraria as contas do governo. “No Orçamento da União o que consta de receita são os lucros ordinários, a Fazenda não fez um Orçamento contando com distribuição de dividendos extraordinários. Se eles vierem a ser distribuídos, melhora as nossas condições, mas não estamos dependendo disso”.

Silveira e Haddad também afirmaram que a saída de Jean Paul Prates da Petrobras “nunca foi cogitada”. Segundo o ministro de Minas e Energia, “é mais uma grande especulação (…) Em nenhum momento isso foi cogitado”.

“A Petrobras não é apenas uma empresa de pensar nos acionistas que investem nela. A Petrobras tem que pensar em investimento e em 200 milhões de brasileiros que são donos ou sócios dessa empresa”, afirmou.

O presidente também expressou críticas ao mercado financeiro, caracterizando-o como um “rinoceronte, um dinossauro voraz que busca tudo para si e nada para o povo”. Ele destacou que ceder apenas às demandas do mercado resultaria em inação, afirmando: “Se eu me curvar apenas à pressão do mercado, nada será feito”. A fala foi feita ao SBT News.

Entenda a crise

​A desvalorização da estatal na bolsa de valores aconteceu após o Conselho de Administração anunciar na quinta-feira (8) que não pagaria os R$ 72,4 bilhões de dividendos extraordinários aos acionistas, optando por distribuir uma parcela maior dos lucros aos investidores.

A medida gerou uma reação negativa do mercado, levando a uma queda significativa nas ações da Petrobras. Esperava-se que a empresa distribuísse pelo menos 50% dos dividendos extraordinários, porém, a decisão foi de reter os repasses, incluindo a parte destinada à União, que detém a maior fatia da petrolífera.

Informações dos bastidores indicam que houve divergências no Conselho de Administração da Petrobras sobre a distribuição dos dividendos extraordinários.

Enquanto a equipe do governo defendia, em conversa com o presidente da Petrobras na semana anterior, a não distribuição dos recursos aos acionistas, Prates defendeu a distribuição de parte do montante, alertando para possíveis consequências no mercado. O assunto foi levado ao presidente Lula, que decidiu pelo não pagamento. Essa reunião não consta na agenda oficial do presidente.

Foi deliberado que os dividendos extraordinários seriam retidos em uma reserva de remuneração de capital. Considerando que o governo detém a maioria das ações da Petrobras, controlando seis dos onze conselheiros da estatal, a decisão foi tomada durante uma reunião com Lula e o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira. Jean Paul Prates, por sua vez, optou por abster-se de participar da decisão de repassar os recursos aos investidores durante este encontro.

De acordo com a lei das estatais, os dividendos extraordinários não podem ser diretamente utilizados em investimentos ou para quitar dívidas. No entanto, a equipe do governo, alinhada ao presidente Lula, defendeu que manter mais de R$ 73 bilhões no caixa da Petrobras, ou seja, na reserva de capital, poderia ajudar a empresa a obter empréstimos em condições mais favoráveis.

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