Ministro do STF comentou as investigações que apontam para um suposto plano de golpe de Estado no país após a derrota de Bolsonaro e vitória de Lula nas eleições

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes declarou nesta terça-feira (19) que os dados obtidos pela Polícia Federal (PF) a respeito das investigações sobre um suposto plano de golpe de Estado revelam que realmente “algo ruim estava em marcha” no Brasil.

Ao elogiar o trabalho dos investigadores que apontam uma tentativa de aliados e apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) em depor o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para garantir a permanência do ex-presidente no poder, o ministro salientou que em meio ao dinamismo e rapidez das publicações de notícias, a Justiça ainda é “um pouco analógica”, com procedimentos muitas vezes lentos.

Para ele, no entanto, a obtenção de provas da PF tem feito com que o campo das especulações e do que não se acreditava ser possível e real, fique no passado.

“Raramente a gente teve avanços tão significativos. Nós saímos de especulações para provas. Assistindo aquilo que vocês [jornalistas]  têm divulgado, mais as coisas que leio no próprio tribunal,. a propósito daquela reunião com os ministros em que os militares falaram, Heleno, o general Paulo Sérgio, eu fico admirado com os dados que a Polícia Federal conseguiu obter e que são, de fato, convincentes, de que algo ruim estava em marcha”, declarou.

Fake news

Na segunda-feira (18), declarações do Gilmar Mendes sobre uma suposta tentativa de golpe de Estado no Brasil feitas em janeiro de 2023 circularam nas redes sociais como sendo atuais. Nelas, ele diz acreditar que não houve um plano de intervenção e tomada de poder pelos militares tendo como reflexo as invasões e depredações das sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023.

A declaração do decano – magistrado mais antigo na Corte – do STF, na verdade, foi feita em 17 de janeiro do ano passado, e publicada no dia seguinte, na emissora de TV portuguesa RTP. Gilmar estava em Portugal, onde cumpriu agenda em Coimbra e retornou a Lisboa à noite para falar sobre a invasão no Palácio do STF. Na época, as investigações ainda estavam em fase embrionária e não haviam ainda as provas obtidas e reveladas pela Polícia Federal nas últimas semanas.

O ministro afirmou que, diante dos acontecimentos ainda recentes, tinha outra avaliação dos fatos na época, tendo mudado de opinião menos de um mês depois. Desde que começaram os julgamentos no STF, Gilmar tem seguido o relator Alexandre de Moraes e votado pelas condenações dos réus indiciados pelo 8 de janeiro.

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