O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes fez referência, na segunda-feira (26), à luta em que o ex-BBB Kleber Bambam foi nocauteado em 36 segundos pelo lutador Acelino Freitas, o “Popó”, para afirmar que o Brasil não pode “baixar a guarda” na proteção à democracia. Ele falou na abertura do ano letivo na Faculdade de Direito do Largo São Francisco, da Universidade de São Paulo (USP).
Moraes defendeu a regulamentação das redes sociais e declarou que a sociedade não pode “cair no discurso fácil” de que a criação de regras “é atacar a liberdade de expressão”. “Discurso mentiroso que quer propagar discurso de ódio e lavagem cerebral que é feita em milhões de pessoas”, completou. As redes, na avaliação do ministro, não podem ser “nem mais, nem menos do que ocorre no mundo real”, que tem uma legislação definida.
“Nós não podemos nos enganar. Nós não podemos baixar a guarda… Não podemos dar uma de [Kleber] Bambam contra Popó, que durou 36 segundos. Nós temos que ficar alertas e fortalecer a democracia. Fortalecer as instituições e regulamentar o que precisa ser regulamentado”, disse.
Relator da ação no STF que investiga a suposta tentativa de golpe de Estado para manter o ex-presidente Jair Bolsonaro no poder, Moraes disse que existe um “manual do ditador” que prevê ataques ao Judiciário e à imprensa.
“Em alguns países, os extremistas, quando chegam ao poder, atacam os pilares da democracia. […] [Atacam] a imprensa livre, emparelhando as notícias verdadeiras com as fraudulentas, colocam em dúvida a credibilidade do sistema eleitoral e, agora, não podem deixar aqueles que têm o papel de garantir o Estado democrático de Direito, não podem deixar que eles tenham independência. Isso foi feito em todos os países onde esse mecanismo de extremismo surgiu”, frisou Moraes.
