Os presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e dos Estados Unidos, Joe Biden, lançam nesta quarta-feira (20), em Nova York, a Parceria pelos Direitos dos Trabalhadores e Trabalhadoras.   

A iniciativa inédita entre os dois países visa promover o trabalho digno. Ela acontece à margem da Assembleia-Geral da ONU, aberta nesta terça (19) com o discurso de Lula – tradicionalmente, o pronunciamento é feito por um líder brasileiro, desde a criação da organização, em 1945. 

O governo brasileiro diz que, por meio da parceria, Lula unirá forças com Biden para defender uma agenda de justiça e sustentabilidade na economia global e para garantir que o crescimento econômico não crie mais desigualdade. A medida trata, entre outros, dos direitos dos funcionários e prestadores de serviços de aplicativos e outras plataformas digitais. 

Em entrevista, após minimizar a agenda em que deve encontrar com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, Lula disse que sua está na reunião com com Joe Biden.  

“É a primeira vez em mais de 500 anos da história do Brasil em que você senta com o presidente da República americano, em igualdade de condições, para discutir um problema crônico, que é a questão da precarização do mundo do trabalho”, explicou Lula. De acordo com o petista, a iniciativa vai apontar para a sociedade e para a juventude a importância de alcançar um trabalho que permita viver dignamente. 

A promessa é que os dois países vão trabalhar em estreita colaboração com parceiros sindicais do Brasil e dos EUA, e a Organização Internacional do Trabalho (OIT). E pretendem envolver outros países e parceiros globais na iniciativa, e assim fomentar um desenvolvimento inclusivo, sustentável e amplamente compartilhado com todos os trabalhadores e trabalhadoras. 

Recentemente, o Tesouro americano lançou um relatório sobre sindicatos no país. É o primeiro estudo sobre o tema lançado pela instituição. De acordo com a pesquisa, sindicatos têm um efeito positivo sobre a renda dos trabalhadores, entre outros achados. 

Durante discurso de abertura na Assembleia-Geral das Nações Unidas na terça-feira (19), Lula criticou a precarização da nova relação do mundo do trabalho com as plataformas de tecnologia. “Aplicativos e plataformas não devem abolir as leis trabalhistas pelas quais tanto lutamos”. 

Ainda no palco da ONU, o petista não polpou críticas as desigualdades sociais e falta de oportunidades de emprego para jovens em países emergentes e das nações que sofrem embargos econômicos.  

“O mundo está cada vez mais desigual. Os 10 maiores bilionários possuem mais riqueza que os 40% mais pobres da humanidade. O destino de cada criança que nasce neste planeta parece traçado ainda no ventre de sua mãe. A parte do mundo em que vivem seus pais e a classe social à qual pertence sua família irão determinar se essa criança terá ou não oportunidades ao longo da vida”, declarou Lula na ONU.  

“Se irá fazer todas as refeições ou se terá negado o direito de tomar café da manhã, almoçar e jantar diariamente. Se terá acesso à saúde, ou se irá sucumbir a doenças que já poderiam ter sido erradicadas. Se completará os estudos e conseguirá um emprego de qualidade, ou se fará parte da legião de desempregados, subempregados e desalentados que não para de crescer. É preciso antes de tudo vencer a resignação, que nos faz aceitar tamanha injustiça como fenômeno natural. Para vencer a desigualdade, falta vontade política daqueles que governam o mundo”, pontuou.  

Confira as atividades conjuntas dos dois países com os parceiros têm como objetivo:

  • Ampliar o conhecimento público sobre os direitos trabalhistas e oferecer oportunidades para que os trabalhadores e trabalhadoras se capacitem para defender seus direitos.
  • Reforçar o papel central dos trabalhadores e trabalhadoras, garantindo que a transição para fontes limpas de energia proporcione oportunidades de bons empregos para todos e todas.
  • Em estreita colaboração com os nossos parceiros globais, estabelecer uma agenda centrada em aumentar a importância dos trabalhadores e trabalhadoras em instituições multilaterais como o G20, a COP 28 e a COP 30.
  • Apoiar e coordenar programas de cooperação técnica relacionados ao trabalho.
  • Promover novos esforços para capacitar e proteger os direitos trabalhistas de trabalhadores e trabalhadoras nas plataformas digitais.
  • Envolver parceiros do setor privado em abordagens inovadoras para criar empregos dignos nas principais cadeias de produção, combater a discriminação nos locais do trabalho e promover a diversidade.

(Com informações da Agência Brasil)

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