No ato convocado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, neste domingo (25), na avenida Paulista, em São Paulo, tanto ele como outros políticos que discursaram no trio elétrico evitaram mencionar o Supremo Tribunal Federal (STF) e ministros da Corte, como Alexandre de Moraes, alvos comuns de crítica pelo bolsonarismo.

Havia um entendimento de que ataques, ou mesmo críticas mais diretas ao STF, pudessem agravar a situação jurídica do ex-presidente, que responde a diversos inquéritos no Tribunal. A orientação para os apoiadores, emitida pelo próprio ex-presidente, também era que fossem evitadas ofensas ao Judiciário.

A manifestação foi convocada por Bolsonaro após operações de busca e apreensão da Polícia Federal que miraram o ex-presidente e aliados que fizeram parte de sua gestão, pelo inquérito que investiga um suposto plano golpista para mantê-lo no poder após as eleições de 2022.

Em um trecho de seu discurso, Bolsonaro tentou adotar um tom de conciliação. “Eu teria muito a falar, e tem gente que sabe o que eu falaria. Mas o que eu busco é a pacificação. Passar uma borracha no passado, buscar maneira de vivermos em paz”, afirmou.

Com histórico de fortes críticas ao STF, os parlamentares que falaram no evento também pouparam o Supremo e seus membros. Ao invés disso, preferiram enaltecer ações do governo Bolsonaro e a presença do público, além de criticar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), por exemplo, chamou o petista de “inimigo”.

Já o senador Magno Malta (PL-ES) chegou a “chamar atenção dos presidentes do Senado, Câmara e STF” para que “um Poder respeite o outro” e dedicou boa parte de seu discurso a criticar a fala de Lula que comparou a situação da Faixa de Gaza ao Holocausto, além de fazer menções religiosas a Israel.

O evento também contou com a presença dos governadores de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo); de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos); de Goiás, Ronaldo Caiado (União); e de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL).

Silas Malafaia destoa

O único a mirar o ministro Alexandre de Moraes e o STF em seu discurso foi o pastor Silas Malafaia, idealizador do evento deste domingo.

Em uma longa fala, Malafaia insinuou que há uma diferença de tratamento de Moraes em relação a Bolsonaro, e às manifestações bolsonaristas em relação a atos de protesto da esquerda.

Em tom mais duro, o pastor afirmou que o sangue de um preso do 8 de Janeiro que morreu na cadeia está “nas mãos” de Moraes e fez críticas à pena de 17 anos de prisão dada pelo ministro para parte dos condenados pelas invasões aos prédios dos Três Poderes.

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