A Organização Mundial da Saúde (OMS) solicitou informações adicionais à China sobre o aumento de doenças respiratórias no norte do país, um pedido que Pequim não comentou publicamente até o momento.

A região norte da China registra um aumento das “doenças semelhantes à gripe” desde meados de outubro na comparação com o mesmo período dos três anos anteriores, afirmou a OMS.

“A OMS encaminhou um pedido oficial à China para obter informações detalhadas sobre o aumento de doenças respiratórias e de surtos de pneumonia em crianças”, afirma um comunicado da organização internacional publicado na rede social X.

A OMS não informou qual foi a resposta da China ao pedido.

A Comissão Nacional de Saúde não respondeu ao pedido de informações apresentado pela AFP nesta quinta-feira. A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Mao Ning, afirmou que os jornalistas devem procurar “as autoridades competentes chinesas”.

A Comissão Nacional de Saúde anunciou à imprensa na semana passada que o aumento dos casos de doenças respiratórias era consequência da suspensão das restrições anticovid e da circulação de agentes patógenos conhecidos.

A capital chinesa, no norte do país, enfrenta uma onda de frio. A previsão para sexta-feira é de temperatura abaixo de zero.

As temperaturas caíram quando Pequim “entrou na temporada de alta incidência de doenças respiratórias infecciosas”, afirmou o vice-diretor e epidemiologista do centro de prevenção de doenças de Pequim, Wang Quanyi, à imprensa estatal.

Pequim “mostra atualmente uma tendência de coexistência de múltiplos patógenos”, disse.

”É inverno”

No Hospital do Instituto de Pediatria de Pequim, correspondentes da AFP observaram muitos pais com seus filhos na sala de espera.

Uma mulher, que revelou apenas o sobrenome Zhang, acompanhava o filho de nove anos que, segundo ela, está com pneumonia. “Muitas crianças ficaram doentes recentemente”, declarou.

Li Meiling, 42 anos, disse que a filha de oito anos sofre pneumonia por micoplasma, um patógeno que causa dor de garganta, fadiga e febre.

A mãe, no entanto, disse que não está “muito preocupada” com o alerta da OMS. “É inverno. É normal que aconteçam mais casos de doenças respiratórias”, afirmou.

No dia 21 de novembro, a imprensa e o sistema público de vigilância de doenças ProMED relataram focos de pneumonia não diagnosticada em crianças no norte da China.

A OMS pediu “informações epidemiológicas e clínicas suplementares, assim como resultados de laboratório dos surtos detectados em crianças”.

Também solicitou “informações complementares sobre as tendências recentes de circulação de agentes patógenos conhecidos, especialmente a gripe, o SARS-CoV-2 (o vírus da covid-19), o VRS que afeta bebês e da (bactéria) mycoplasma pneumoniae, assim como o nível de ocupação do sistema de saúde”, acrescenta o comunicado.

A organização recomendou que a população adote medidas de proteção similares às aplicadas durante a pandemia de covid-19: vacinação, manter distância das pessoas doentes, ficar em casa em caso de sintomas, fazer testes e usar máscara se necessário, além de manter os locais bem ventilados e lavar as mãos.

Durante a pandemia de covid-19, cujos primeiros casos foram detectados na China no final de 2019, a OMS criticou Pequim em muitas ocasiões por falta de transparência e cooperação.

A organização internacional e alguns países também denunciaram a falta de cooperação da China na investigação para determinar as origens da pandemia, que ainda não chegou a conclusões definitivas. 

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