O sumiço do avião que levava o jogador argentino Emiliano Sala da França para a Grã-Bretanha completa uma semana neste terça-feira. A misteriosa situação do atacante que deixava o Nantes para ser apresentado pelo Cardiff envolve desde os clubes até personalidades do futebol, torcedores e autoridades locais, que chegaram a suspender as buscas.

A aeronave que transportava o argentino sumiu desapareceu dos radares a cerca de 20 quilômetros ao norte da ilha Guernsey, no Canal da Mancha. Sala tem 28 anos e era um dos dois passageiros do avião. Depois disso, autoridades marítimas da França e da Inglaterra fazem buscas pela região, mas ainda não encontraram pistas sobre o paradeiro do atacante.

O sumiço do avião foi detectado pela guarda costeira, que recebeu um alerta às 20h23 (horário local, 17h23 no horário de Brasília) sobre uma aeronave leve que tinha saído do radar a cerca de 20 km de distância da ilha de Guernsey. Com isso, teve início uma grande operação de busca e resgate. Sala foi contratado pelo Cardiff por uma operação de aproximadamente R$ 74 milhões.

1º capítulo – Aeronave aos pedaços

Depois do sumiço do avião, o jornal argentino Clarín revelou que Sala enviou um áudio para seus amigos para reclamar da qualidade da aeronave. No conteúdo de 57 segundos, o atacante revelou estar com medo de um acidente e pediu para que pessoas próximas procurassem ajuda caso ele não retornasse o contato dentro de uma hora e meia.

“Estou aqui em cima, em um avião que parece que está a cair os pedaços e estou indo para Cardiff logo pela manhã”, disse, em um dos trechos do áudio. “Se em uma hora e meia não tiver novidades minhas, não sei se vão mandar alguém me buscar, porque não vão me encontrar mas… já sabe. Deus! Que medo eu tenho”, comentou, em outro trecho da gravação.

2º capítulo – Buscas suspensas

A polícia de Guernsey, da Inglaterra, informou que suspendeu as buscas por Sala, por falta de visibilidade. As autoridades da ilha localizada no Canal da Mancha avisou ter encontrado objetos flutuando no mar, porém não confirmou se eram possíveis restos da aeronave que levava o jogador para Cardiff, no País de Gales.

“Durante o curso da busca de 15 horas, que utilizou múltiplos recursos aéreos e marítimos das Ilhas do Canal, Reino Unido e França, vários objetos flutuantes foram vistos na água. Não conseguimos confirmar se algum deles é da aeronave desaparecida. Não encontramos sinais dos que estão a bordo. Se eles pousaram na água, as chances de sobrevivência são neste estágio, infelizmente, escassas”, informou a polícia.

Enquanto a polícia suspendia as buscas, torcedores do Nantes realizaram uma vigília pelo jogador na Praça Real, um dos pontos principais da cidade francesa. “Ele é um lutador, ainda não acabou. Talvez esteja em algum lugar, esperando por alguma notícia que esperamos que seja positiva”, disse o presidente do clube, Waldemar Kita, em apoio a Sala.

3º capítulo – Idas e vindas

Depois de suspender as buscas, as autoridades fizeram uma nova tentativa na quarta-feira da última semana. Dois aviões ingleses decolaram para sobrevoar o trajeto do avião. A operação traçou quatro possibilidades: que o avião aterrissou em algum lugar e o piloto e Sala ainda não conseguiram contato; que o pequeno avião pousou no mar e os dois foram resgatados por um navio; que após um possível pouso na água tenham usado o bote salva vidas do avião ou que a aeronave se destruiu ao cair no mar.

O trabalho, no entanto, foi suspenso no mesmo dia. Após nove horas de busca, a equipe cancelou a operação ao alegar falta de visibilidade. “Se eles estiverem na água, devo dizer que suas chances de sobrevivência são quase zero, porque o mar está muito frio”, afirmou o chefe das operações, David Barker, ao jornal francês L’Equipe. No esforço de encontrar respostas para o mistério, um fundo de arrecadação coletiva foi criado e conseguiu angariar em 24 horas mais de R$ 1 milhão.

4º capítulo – Apelo da família

O pai do jogador, Horácio Sala, insistiu na quinta-feira para que as autoridades não desistissem de procurar pelo atacante. “O único que peço é que sigam buscando. Não pode ser que desapareça assim”, disse à TV argentina TyC. “Esperamos ter boas notícias, que possa seguir buscando”. A irmã do atacante, Romina Sala, também fez um apelo.  “Sei, em meu coração, que Emiliano está vivo. Por favor, por favor, não cessem a busca. Entendemos o esforço, mas por favor não parem”, afirmou.

5º capítulo – Messi defende continuidade das buscas

O craque argentino Lionel Messi, do Barcelona, fez um pedido às autoridades britânicas na sexta-feira para não desistirem de procurar por Emiliano Sala. “Enquanto seja possível e exista esperança, peço por favor que não desistam de procurar o Emiliano. Toda a minha força e apoio para a sua família e amigos”, escreveu Messi nas redes sociais. Outros jogadores argentinos, como Aguero, Sorín e Fernández, também engrossaram o coro pela continuidade das buscas.  

6º capítulo – Companheiros revoltados

O técnico do Nantes, o bósnio Vahid Halilhodzic, criticou na sexta-feira a postura das autoridades britânicas de cancelar as buscas pelo avião. “É asqueroso deixar a situação assim, não podemos permitir isso”, disse em entrevista coletiva, aos prantos. “Conversamos muito um dia antes do seu desaparecimento e ele me agradeceu muito. Nunca escutei nada de ruim sobre ele. Era uma grande pessoa”, completou.

Os jogadores da equipe se reuniram no centro do gramado antes do treino para demonstrarem apoio ao colega. “Estamos todos unidos em solidariedade. Não vamos fazer um minuto de silêncio, mas um minuto de aplausos, porque ainda temos esperança”, afirmou o capitão do Nantes, Valentin Rongier. “É difícil falar, o seu desaparecimento nos fere mais do que nunca, temos de nos manter unidos neste evento. O Nantes é uma família”, comentou o presidente,  Waldemar Kita.

7º capítulo – A escolha do voo

A imprensa inglesa revelou na última segunda-feira o possível responsável pela indicação da aeronave que levaria Sala para Cardiff. Segundo a BBC, o jogador do time galês Jack McKay, que é irmão do empresário responsável pela negociação entre os clubes, sugeriu que o pai, Willie McKay, organizasse o transporte do argentino rumo ao novo clube.

As indicações levaram Sala a conversar com o piloto David Henderson, que tem experiência em transporte de jogadores. Henderson, por sua vez, repassou a missão a outro piloto, David Ibbotson, que foi quem embarcou com o atacante rumo ao Reino Unido.

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