Há mais de 140 anos, o médico Robert Koch anunciou a descoberta da bactéria causadora da tuberculose, o que abriu caminho para o diagnóstico e a cura. Ainda assim, a doença continua sendo um grave problema de saúde pública no Brasil e, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a tuberculose permanece entre as enfermidades infecciosas que mais matam no mundo, atrás apenas da Covid-19.

O Brasil assumiu o compromisso de eliminar esse agravo por meio do “Plano Brasil livre da tuberculose”, que possui quatro fases de execução e estabelece metas de redução da incidência e do número de mortes pela doença a serem alcançadas até 2035. O documento foi construído pelo Ministério da Saúde, com a participação de gestores estaduais e municipais, academia e sociedade civil. A versão vigente, com estratégias para o período de 2021-2025, foi submetida à consulta pública e aprovada pela Comissão Intergestores Tripartite (CIT).

Estudo da Universidade Federal do Espírito Santo aponta que cerca de 48% das famílias afetadas pela tuberculose e 78% das atingidas pela tuberculose drogarresistente tem gastos acima de 20% da renda domiciliar anual com a doença. Essas são algumas das consequências sociais e econômicas relacionadas ao adoecimento.

Na Semana Nacional de Mobilização e Resposta à Tuberculose, a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, Ethel Maciel, afirma que a eliminação da doença é uma prioridade do atual governo. “A meta é acabar com a tuberculose até 2030. Para isso, estamos investindo na ampliação do tratamento preventivo, no fortalecimento da rede laboratorial e na incorporação de novas tecnologias que permitem um tratamento mais curto, além de intensificar as estratégias voltadas às populações mais vulneráveis a adoecer”, explica Ethel.

Sobre a prevenção de formas graves de tuberculose em crianças, uma importante medida é a vacina BCG, disponibilizada gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS). Em geral, o cuidado é administrado na maternidade ou nas unidades de saúde, logo após o nascimento da criança ou antes de completar cinco anos de vida.

Os testes para o diagnóstico da tuberculose também são ofertados gratuitamente no SUS. A medida é fundamental para detecção de novos casos e controle da doença. Neste sentido, pessoas com tosse por três semanas ou mais – um dos principais sintomas da tuberculose – devem procurar uma unidade de saúde para avaliação e realização de exames. É importante, também, que os contatos mais próximos de uma pessoa com resultado positivo sejam testados, tendo em vista que a transmissão ocorre pelo ar.

O tratamento deve ser iniciado o mais rápido possível após o resultado positivo do teste. A doença tem cura quando o tratamento é feito de forma adequada e até o final – a duração é de seis meses, no mínimo. Com o início da intervenção, a transmissão tende a diminuir gradativamente e, de forma geral, após 15 dias, esse risco é bastante reduzido. “Não há motivo para alguém morrer por tuberculose no século XXI. Por isso, temos que nos unir pela eliminação dessa doença”, acrescenta Ethel.

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