A busca pelo emagrecimento a curto prazo tem levado pessoas procurarem por canetas para emagrecimento, como a Ozempic (semaglutida), medicamento utilizado inicialmente para tratar da diabetes. O remédio confeccionado numa caneta é utilizado para diminuir o teor do açúcar no sangue de quem tem diabetes. A medicação também é indicada para tratar da obesidade, porém como ressalta o médico de tratamento para emagrecimento Túlio Maia, é necessária orientação, acompanhamento médico e nutricional antes de escolher forma para perder peso. 

A análise inicial das canetas foi realizada para o tratamento da diabetes, sendo observada a perda do peso associado ao uso delas e mais adiante análises direcionadas para tratar a obesidade. No Brasil, a Anvisa permitiu o uso do medicamento, mas para diabetes e ele era usado para emagrecimento por fora da indicação da bula. Os levantamentos sobre as canetas foram publicados no The New England Journal of Medicine. “Um ponto importante desses estudos é que eles foram feitos com acompanhamentos longos com cerca de um ano a 15 meses de acompanhamento. E neles os pacientes são acompanhados por médicos, nutricionistas e estão seguindo dieta e fazendo exercício. Assim, conseguimos ver o percentual de emagrecimento que eles mostram de 5% a 15%. Porém, quando é veiculado, chega ao paciente mostrando que uso do medicamento emagreceu cerca de 15%. Na sede que existe das pessoas em emagrecer sem passar pelo processo de emagrecimento, onde ela terá suporte, essas alternativas vão se popularizando, por não precisar de receita e o acesso ser mais fácil”, explica o médico. 

De acordo com o médico Túlio, desde que as canetas para tratamento da diabetes chegaram ao mercado, começaram a ter vários estudos mostrando a perda de peso. Do ano passado até o momento, elas começaram a viralizar enquanto uma questão de moda para emagrecer. “Nos Estados Unidos chegou a faltar essas canetas e no Brasil estamos com um estoque baixo. Isso ocorre por elas estarem sendo vendidas como ”fórmula mágica” para o emagrecimento. Nós enquadramos essa medicação principalmente para pacientes que tem distúrbios de saciedade, aquele paciente que come e não se sente satisfeito. Então, ele consume um volume muito grande ou que come e se sente satisfeito, mas pouco tempo depois essa saciedade acaba e em relação a um período menor que as outras pessoas”. 

Acompanhamento Multidisciplinar

Um dos riscos da pessoa que escolhe uma forma de emagrecer sem a orientação de profissionais da saúde, é o de emagrecer comendo menos que o corpo dele precisa. Nesse percurso, ela perde muito músculo durante o processo de emagrecimento. Dr. Túlio detalha que essa situação faz com que o paciente perca em saúde, porque um músculo é importante como um todo para a vida. Na fase da terceira idade, é ele que está ali fazendo a diferença na qualidade de vida e autonomia dele. “Outro ponto é o efeito sanfona, por exemplo, uma mulher está com 60 quilos, faz uma dieta inadequada, começa a consumir uma caneta sem prescrição, ela chega a 50 quilos. Porém, nesse processo, ela perdeu dois quilos de músculos e oito de gordura, se ela não fez esse acompanhamento com personal, nutricionista para poupar o músculo, depois voltará a ganhar massa. Ela vai ganhar novamente 10 quilos, todos de gordura”. 

“O grande perigo é comer menos do que o seu corpo precisa, porque isso de fato deixa o metabolismo mais lento. Quando é consumido menos que o mínimo e como muitas vezes a medicação pode causar enjoo, a pessoa pode achar que quanto menos come melhor. Mas o paciente tem que comer a quantidade adequada de comida, inclusive, para ter energia para trabalhar, para as atividades dele. Quando ele consume menos da quantidade mínima, o metabolismo desacelera, ele começa a consumir mais músculo e isso será prejudicial a saúde dele. Por isso, é tão necessário a orientação do médica e também nutricional para que tudo possa ocorrer da melhor forma possível”, salienta o médico. 

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