No grupo de risco das arboviroses, grávidas precisam ter cuidado redobrado, em meio à explosão de casos

Em meio à epidemia de dengue em Minas Gerais, que registra, em 2024, 202.435 casos confirmados de dengue e 555.397 prováveis, com incidência por 100 mil habitantes superior a 500 casos em praticamente todo o Estado, as grávidas devem ter cuidado redobrado.

Isso porque as gestantes estão no grupo de risco das arboviroses, grupo de doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti, que também incluem chikungunya e zika. O alerta é dado pela médica Larissa Volpini, membro da diretoria da Associação de Ginecologistas e Obstetras de Minas Gerais (SOGIMIG).

Segundo o Ministério da Saúde, o número de casos de dengue em gestantes no Brasil aumentou 345,2% nas seis primeiras semanas deste ano, na comparação com o mesmo período de 2023.

A médica Larissa Volpini adverte que, nas gestantes, o risco da doença evoluir para a forma grave aumenta até cinco vezes. “As gestantes são grupo de risco para o desenvolvimento de complicações de doenças infecciosas e ainda existe a possibilidade da transmissão vertical — da mãe para o feto”, alerta.

Segundo a médica, com o surgimento dos primeiros sintomas, a gestante deve procurar imediatamente um atendimento médico. O quadro de suspeita de dengue se dá com a presença de febre alta de início súbito, que pode estar acompanhada de outros sintomas. Dores no corpo, na cabeça e atrás dos olhos são muito frequentes, além dos sintomas gastrointestinais e manchas vermelhas pelo corpo.

“O acompanhamento da gestante precisa ser diário, com realização de hemograma seriado, pelo menos até 48 horas após o término da febre, momento crítico para possíveis complicações. O tratamento é feito com alívio dos sintomas e hidratação abundante desde o início. A atitude que mais salva vidas, na dengue, é a hidratação e ela precisa ser vigorosa”.

Principais dúvidas

As gestantes podem usar repelente? Qual o mais indicado?

As gestantes podem e devem usar o repelente! É recomendado, preferencialmente, os repelentes à base de icaridina, porque eles foram desenvolvidos para combater o mosquito Aedes aegypti e o intervalo do uso é maior. Vale lembrar que é necessário passar o repelente nas partes do corpo expostas ao mosquito e por cima da roupa.

O que fazer ao identificar os primeiros sintomas?

A gestante deve procurar a unidade de saúde imediatamente e reforçar a hidratação.

A dengue coloca em risco a gestação? Por quê?

No início da gravidez, a febre um pouco mais alta pode estar relacionada a aborto e alterações fisiológicas da gravidez. A desidratação também é outro fator de risco. No terceiro trimestre, a dengue apresenta mais risco de evoluir para forma grave da doença, quando também aumenta o risco de ocorrência de intercorrências obstétricas como sangramento de origem obstétrica, pré-eclâmpsia e restrição de crescimento, por exemplo.

É possível transmitir dengue para o bebê? Como isso ocorre?

Acontece pela placenta, durante a gravidez. O risco é maior quando a gestante contrai a doença de sete a dez dias antes do parto. Com os sintomas surgindo até dez horas após o parto, essa doença pode ter sido transmitida para o bebê e, possivelmente, a mãe não teve tempo para transmitir anticorpos para o filho. Dessa forma, ele nasce infectado e desprotegido.

Gestantes podem tomar vacina contra a dengue?

Não é recomendada a vacinação contra a dengue para esse grupo. Por ser uma vacina de vírus vivo atenuado e as gestantes apresentarem imunossupressão pela gravidez, não é recomendado o procedimento. Diante disso, é muito importante eliminar possíveis focos de proliferação do mosquito e usar repelentes.

próximo artigoSaúde anuncia R$ 30 milhões para ampliação do teste do pezinho
Artigo seguinteMédia de idade do Cruzeiro de Larcamón reforça compromisso da SAF celeste

DEIXE SEU COMENTÁRIO

Please enter your comment!
Please enter your name here