A mineradora Samarco anunciou que irá retomar suas operações em Mariana, na região Central de Minas Gerais, a 116 km de Belo Horizonte. A expectativa é de que as atividades recomecem no segundo semestre de 2020.

O anúncio ocorre pouco mais de 3 anos e meio desde o rompimento da barragem de Fundão, gerida pela mineradora, e que resultou na morte de 19 pessoas, além de um enorme dano ambiental na bacia do Rio Doce.

De acordo com a Samarco, a retomada da extração de minério de ferro na região não irá utilizar mais a estrutura de barragem, mas um sistema de filtragem para o empilhamento de rejeitos a seco.  Nesta terça-feira (28) foi finalizada a primeira etapa das obras da Cava Alegria Sul, localizada no Complexo de Germano, em Mariana, que receberá parte dos rejeitos gerados na lavra da mina.

“Nossa proposta é voltar diferente, o que reforça nosso compromisso com as comunidades e toda a sociedade. Vamos voltar de forma gradual, inicialmente com 26% de nossa capacidade produtiva, operar sem barragem para disposição de rejeitos e por meio da incorporação de novas tecnologias, tendo a segurança como prioridade. Só voltaremos após a implantação completa da filtragem”, afirma o diretor-presidente da Samarco, Rodrigo Vilela.

A Cava Alegria Sul é uma estrutura resultante do processo de mineração e tem capacidade de receber até 9,7 milhões de metros cúbicos de rejeitos, que representa cerca de 20% do total produzido. Os 80% restantes serão filtrados e empilhados a seco. Essa etapa depende da montagem de um sistema de bombeamento e filtragem, que ainda está em andamento.

Segundo a Samarco, essa tecnologia permitirá o reaproveitamento de água e as operações só poderão ser retomadas após a implementação do sistema de filtragem. 

Tragédia

A barragem de Fundão, localizada no subdistrito de Bento Rodrigues, a 35 km de Mariana, rompeu no dia 5 de novembro de 2015. A tragédia deixou 19 mortos e 362 famílias desabrigadas.

A estrutura era controlada pela mineradora Samarco Mineração S.A, um empreendimento conjunto da empresa brasileira Vale e a anglo-australiana BHP Billiton.

A lama de rejeitos chegou ao rio Doce, cuja bacia hidrográfica abrange 230 municípios de Minas Gerais e Espírito Santo.

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