PARA NARDYELLO, também deve ser questionada a existência de duas praças entre Ipatinga e Governador Valadares (Foto: divulgação/ PMI)

Em audiência pública realizada na última sexta-feira (23), na FIEMG – Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais – Regional Vale do Aço, onde foi debatida a proposta de concessão de​ 30 anos ​para exploração da BR-381, o prefeito de Ipatinga, Nardyello Rocha, se posicionou contrário aos altos valores estabelecidos para cobrança nas praças de pedágio. Ele considera que as tarifas elevadas e mesmo o posicionamento das praças tendem a prejudicar o desenvolvimento do Vale do Aço, num momento em que a região começa a experimentar um positivo reaquecimento econômico, retomando sua vocação histórica.

De acordo com o edital, publicado no mês passado pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), está prevista a implantação de cinco praças de pedágio no trecho da rodovia entre Governador Valadares e Belo Horizonte, alternadas com valores de R$ 8,54 (pista simples) e R$11,10 (pista dupla). 

O encontro de sexta em Ipatinga foi promovido pela Comissão de Transportes, Comunicação e Obras Públicas da Assembleia Legislativa de Minas (ALMG) e reuniu diversos representantes da sociedade civil, lideranças comunitárias, políticas e da área de segurança pública. O objetivo da reunião foi colher sugestões e demandas dos municípios e segmentos que também serão impactados pelo projeto, como transportadores e usuários da estrada. O ponto mais polêmico na audiência pública foi a implantação dos pedágios. 

Desencorajamento

O chefe do Executivo ipatinguense, Nardyello Rocha, pondera que é preciso questionar o valor das tarifas propostas e discutir formas de custos mais acessíveis, para que a economia da região não seja prejudicada. “Não é novidade para ninguém que Ipatinga e o Vale do Aço já deixaram de receber grandes empreendimentos porque o escoamento de produtos pela BR-381 é complicado. E se agora tivermos mais um problema, que é a inviabilidade do frete por causa do grande número de praças de pedágio e os valores cobrados, estaremos fadados a um enorme desencorajamento de investimentos, comprometendo também os negócios já instalados”, considerou. 

Cidades penalizadas

Nardyello lembrou que a BR-381 já recebeu investimentos públicos em dois lotes que estão em fase de conclusão de novo piso, pistas duplicadas, obras de artes como viadutos, pontes e túneis. O prefeito de Ipatinga é enfático ao concordar sobre a concessão para a exploração da rodovia, mas avalia que os casos devem ser estudados de forma especial. “Por exemplo, não cabem duas praças entre Ipatinga e Governador Valadares. A gente se solidariza com cidades como Naque e Periquito, posicionadas no trajeto, porque sabemos da realidade dessas duas cidades. Isso precisa ser levado em consideração. E, no nosso caso, até Belo Horizonte, ainda temos outro fator: parte da obra já está feita com dinheiro público e não com o privado”, pontuou, lembrando que ainda devem ser levados em conta os valores a serem cobrados em trechos onde não existem obras ou previsão de que venham a acontecer. 

“Todos esses critérios é que precisam ser discutidos, e tenho certeza de que os nossos deputados estão atentos. Se o valor do pedágio ficar alto, nós teremos mais um entrave para o crescimento econômico da nossa região. Não podemos ter mais um fator para espantar os empreendedores”, reforçou o prefeito de Ipatinga.


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