Tráfico era controlado dentro do presídio da cidade no Sul de Minas

Uma operação desarticulou o tráfico de drogas comandado por detentos na cidade de São Sebastião do Paraíso, na região do Sul de Minas, na manhã desta quarta-feira (17 de abril). A Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) prendeu 39 traficantes que vendiam drogas dentro e fora do presídio da cidade, apoiados por companheiras e familiares. Integrantes do PCC (Primeiro Comando da Capital) e cerca de 20 detentos estão entre os alvos da Operação Entre Muros, realizada em parceria com o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG).

No total, são 54 traficantes alvo da operação, esses que acumulam quase 300 crimes já cometidos, todos registrados em passagens policiais. Uma relação direta com o PCC, maior facção criminosa do Brasil, foi identificada pela seção de inteligência da PM. Crack, maconha e cocaína eram traficados pela chamada “rota do tráfico caipira”, entre São Paulo, sede do PCC, e a região do Sul de Minas. Um dos presos identificado como fornecedor dos entorpecentes, inclusive, foi detido na capital paulista.

De acordo com o promotor de justiça Marcos Pierucci, a operação Entre Muros começou a ser empenhada ainda em 2023, quando surgiu a denúncia de tráfico facilitado dentro do presídio de São Sebastião do Paraíso. O Ministério Público pediu a intercessão eletrônica na cadeia e captou conversas dos presos sobre o tráfico de drogas. “Esses detentos tinham a ajuda de familiares e de esposas, que conseguiam furar a revista nos presídios e passar com celular e com drogas. Com o telefone na cela, eles organizavam o tráfico fora do presídio e em cidades vizinhas, como Pradópolis (SP) e Itaú de Minas (MG)”, informou.

A operação identificou, no ano passado, que um policial penal do presídio estava  envolvido com o tráfico, facilitando a entrada de drogas e celulares na cela. Ele foi preso e está afastado do trabalho. Segundo o promotor, este foi o único policial que a seção de inteligência encontrou relação com o crime.

Cerca de 250 policiais participaram da operação, com reforços de efetivo de cidades vizinhas e equipes diversas, como agentes do Batalhão de Choque e trânsito rodoviário. “Uma operação super bem sucedida, com 90% das prisões efetuadas. Presos com relação direta com o PCC, facção de tráfico. Isso traz ainda mais tranquilidade para a cidade e para a região”, celebrou a major Layla.

Foram apreendidos 30 celulares, R$ 2,5 mil em notas, materiais usados no tráfico (como caderno de anotações e embalagens) e maconha, cocaína e crack – as quantidades não foram divulgadas.

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