Você já ouviu falar em lesão por pressão? São feridas ou úlceras, também conhecidas como escaras, que acometem pessoas acamadas ou com mobilidade reduzida. As lesões por pressão ocorrem devido à pressão principalmente em pontos com proeminências ósseas que ficam em constante contato com a cama. Elas podem ser superficiais, atingindo apenas a epiderme, ou mais profundas, comprometendo músculos, tendões, ossos e até mesmo órgãos.

Para tratar deste assunto, a Secretaria Municipal de Saúde realizou na última sexta-feira (30), no Hospital Municipal, o 1º Seminário de Prevenção a Lesões Por Pressão (LPP). O encontro reuniu profissionais da área da saúde, estudantes de enfermagem e de fisioterapia para discutir sobre os desafios e possibilidades na abordagem multiprofissional na prevenção de lesões por pressão.
De acordo com a secretária Municipal de Saúde Érica Souza Lopes, no Hospital Municipal existe uma comissão especializada no tratamento de feridas que fazem curativos específicos para cada tipo de lesão. “A ideia do seminário é valorizar e mostrar para as pessoas a importância da prevenção e todo o aspecto multiprofissional que permeia todo o cuidado para evitar uma lesão”, disse.

 

Fatores de risco
A principal causa desse tipo de lesão é a falta de movimentação, já que a pressão constante no mesmo ponto diminui consideravelmente a circulação sanguínea do paciente acamado. Os locais mais comprometidos são: acima do cóccix, parte superior e lateral do fêmur, osso lateral dos pés e calcanhares.

A enfermeira Aline de Barros Coelho abordou sobre os possíveis fatores de risco que podem ocorrer dentro de uma unidade hospitalar. “Dentre esses fatores que muito colaboram para a lesão é a própria pressão exercida pelo paciente no leito ou na cadeira, umidade do leito e a questão nutricional. A lesão por pressão à medida que não é prevenida aumenta o risco de infecção, de mortalidade e os gastos públicos”, citou.

Prevenção
Para o tratamento da lesão por pressão deve-se avaliar, antes de tudo, o comprometimento tecidual da região afetada. Feridas profundas e com necrose (tecido morto) necessitam de limpeza rigorosa da lesão. Entre as formas de prevenção estão: mudança de posição do paciente na cama, movimentando-o sequencialmente a cada 2 horas; avalie diariamente a pele das regiões mais suscetíveis às lesões; para mudar a posição, nunca arraste o paciente sobre a cama; procure orientação profissional sobre tecnologias terapêuticas que diminuem a cronicidade das lesões.

“Tudo aquilo que a gente fizer que diminua a pressão da área da pele e principalmente das proeminências a gente pode utilizar como travesseiros, rolinhos feitos com cobertores. Para aqueles que possuem um acamado em casa, a gente salienta a importância da rede de saúde trabalhar em conjunto, porque normalmente a casa tem uma unidade básica de referência, e essa equipe precisa capacitar o cuidador de como fazer a prevenção em domicílio”, sugeriu Aline.

Abordagem fisioterapêutica
No paciente internado ou em pacientes acamados em casa ou instituição, o fisioterapeuta têm grande atuação, principalmente nas mudanças de decúbito, ou seja, mudar a posição do paciente na cama, pelo menos de 2 em 2 horas; realizando exercícios comuns à fisioterapia motora; observar o estado geral do paciente e a integridade da pele para evitar a formação de novas úlceras e para acompanhar o fechamento das úlceras já existentes; e a saída do leito, ou seja, assim que possível depois da cirurgia.

Durante o seminário, o tema foi abordado pela fisioterapeuta do Hospital Municipal Cínthia Kelly Campos de Oliveira Sabadini. Atualmente a unidade possui 12 fisioterapeutas que atuam nas enfermarias, na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e na emergência.

A profissional destaca a importância da inserção do fisioterapeuta na equipe multiprofissional na prevenção de lesões por pressão com o objetivo de melhorar a assistência para o paciente. “O outro fato importante é investigar o que o paciente fazia antes da internação, porque muitas vezes, estes pacientes nem retornam às atividades de origem, e é aí que entra a fisioterapia em outro formato, não só apenas na reabilitação, mas também na promoção à saúde, com a divulgação de informações, orientando os acompanhantes aqui no hospital”, finalizou Cínthia.

próximo artigoEvento marca despedida de médicos cubanos do Vale do Aço
Artigo seguinteAbraço simbólico marca ato em defesa de hospital em Fabriciano

DEIXE SEU COMENTÁRIO

Please enter your comment!
Please enter your name here