Com as altas temperaturas e a chegada do verão um novo alerta se faz presente: o impacto direto do clima na saúde respiratória. O alerta não é apenas em relação ao desconforto térmico, mas também sobre as consequências que o calor excessivo pode trazer para os pulmões e vias respiratórias.

De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), o ano de 2023 já é considerado o mais quente do país em 174 anos de medições meteorológicas, com uma temperatura da superfície global 1,4°C acima da média de 1900. Os meses de julho a novembro estão registados como o período mais quente em Minas Gerias.

Diante desse contexto, é crucial reforçar as precauções preventivas durante períodos de calor extremo. Segundo o professor do curso de fisioterapia do Centro Universitário Católica do Leste de Minas Gerais – Unileste, pós-graduado em Reabilitação Pulmonar e Fisioterapia Hospitalar, Me. Ruiter de Souza Faria, em momentos críticos de calor, a dificuldade respiratória e a falta de ar podem se intensificar por várias razões. “O aumento das temperaturas pode resultar em níveis mais altos de poluentes atmosféricos, que, por sua vez, podem irritar as vias respiratórias e agravar sintomas respiratórios. Além disso, o calor extremo pode contribuir para o aumento da frequência e intensidade de eventos climáticos extremos, como incêndios florestais, liberando poluentes adicionais. Mesmo pessoas sem histórico de problemas respiratórios podem sentir desconforto devido à exposição a esses fatores.” explica.

O fisioterapeuta ressalta que neste período, a umidade do ar tende a diminuir, outro fator que pode congestionar as vias respiratórias. “A baixa umidade pode ressecar as vias aéreas, levando a irritações e desconforto nas mucosas do sistema respiratório. Isso pode aumentar a suscetibilidade a infecções respiratórias, uma vez que as membranas secas são menos eficazes na defesa contra organismos que possam produzir doenças. Além disso, a falta de umidade pode agravar condições como asma e DPOC, tornando a respiração mais difícil.” pontua.

O profissional também alerta para os grupos populacionais mais vulneráveis durante esse período. “Idosos, crianças, gestantes, pessoas com condições médicas preexistentes e aquelas com mobilidade reduzida são particularmente suscetíveis. Esses grupos enfrentam um maior desafio na regulação térmica do corpo, aumentando o risco de hipertermia e complicações relacionadas. É crucial que cuidadores, familiares e profissionais de saúde estejam atentos a sinais de desconforto térmico e forneçam assistência adequada.”, alerta.

Medidas de Prevenção

Para manter uma boa saúde respiratória durante esse período, é crucial adotar medidas proativas. Isso inclui manter-se hidratado e evitar exposição prolongada ao ar livre durante os picos de calor e poluição. “Recomenda-se o uso de filtros de ar em ambientes internos e, se possível, umidificadores para manter a umidade adequada. A limpeza diária de ventiladores e a manutenção de ar-condicionado também é fundamental. Além disso, a prática regular de atividades físicas, quando possível, contribui para a capacidade pulmonar e fortalece o sistema respiratório. Vestir roupas apropriadas e praticar técnicas de respiração, como a respiração profunda, também podem ajudar a mitigar os efeitos adversos”, aconselha.

O docente também ressalta que, em caso de sintomas respiratórios persistentes, é fundamental procurar a orientação de um profissional de saúde. “A persistência de sintomas respiratórios não deve ser ignorada, pois pode indicar condições que podem piorar se não forem tratadas adequadamente. O acompanhamento regular programas de Reabilitação Cardiopulmonar com profissionais de saúde é crucial para garantir a melhor gestão da saúde respiratória.”, conclui.

Saúde Respiratória e intervenção profissional

Um dos principais profissionais que cuidam de pacientes com insuficiência respiratória em ambientes hospitalares e domésticos, e que faz parte, de forma essencial, das equipes multidisciplinares de saúde é o fisioterapeuta especializado em Fisioterapia Respiratória.

A Fisioterapia Respiratória é uma área em constante crescimento, oferecendo não apenas excelentes oportunidades de trabalho, mas também salários atrativos. Para os profissionais de Fisioterapia, investir nessa especialização representa um passo sólido em direção a uma carreira promissora.

Os fisioterapeutas especializados em fisioterapia respiratória desempenham um papel fundamental em diversas instalações de saúde, incluindo Unidades de Terapia Intensiva (UTI), enfermarias, ambulatórios, consultórios, empresas, hospitais, home care e Unidades Básicas de Saúde (UBS). Desde o surgimento da pandemia de SARS-CoV-2, a necessidade por especialistas nessa área aumentou significativamente.

Em março de 2024 o Unileste inicia as aulas do novo curso de Pós-graduação em Fisioterapia Respirátoria. Com uma abordagem inovadora, o curso possui mais de 90% de atividades práticas, que serão realizadas no Hospital Márcio Cunha (HMC), em Ipatinga. A especialização visa aprimorar o conhecimento técnico-científico na intervenção fisioterapêutica, focando na desospitalização do paciente e na reabilitação integral. Para se inscrever ou obter outras informações sobre o curso, acesse: vestibular.unileste.edu.br

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