O que começou em clima de rivalidade entre grupos de vereadores na Câmara Municipal de Belo Horizonte pode terminar sem cassação. Após fracassarem as manobras para conseguir cassar o presidente da Casa, Gabriel Azevedo (sem partido), tanto os parlamentares da bancada da esquerda, como membros da base do prefeito Fuad Noman (PSD), admitem fazer um acordo para pacificar a situação no Parlamento de Belo Horizonte e retomar a normalidade perdida após o início de processo de cassação do presidente. O vereador Álvaro Damião (União Brasil), que se somou aos votos contrários a cassação, passou a ser intermediador dessa pacificação.

Um tom conciliador foi adotado pelo líder de governo, Bruno Miranda (PDT), que já teve embates diretos com o presidente.

“É importante dizer que o prefeito Fuad nunca se opôs a dialogar com a Câmara. No momento em que a gente se desarma, os vereadores ligados ao presidente, o próprio presidente, os vereadores da base, os vereadores da esquerda, ajudando nessa interlocução, por parte do prefeito Fuad, por nossa parte na liderança de governo, o que a gente quer de fato é que a Câmara caminhe, que a gente possa votar os projetos, que a gente consiga deliberar sobre a lei de orçamento para 2024, e que a gente consiga sair desse imobilismo” afirmou.

Estava prevista para esta sexta-feira (1º) a votação do processo de cassação do vereador Gabriel Azevedo protocolado pela deputada federal Nely Aquino (Podemos) e abertura de um segundo pedido de perda de mandato do presidente desta vez protocolado por Miltinho CGE (PDT).

Em meio a tentativas frustradas de manobras com convocação de suplentes para garantir os votos necessários para a cassação do presidente e liminares judiciais, o quórum das sessões foi derrubado e as votações ficaram para segunda-feira (4), frustrando a chamada “Família Aro”.

A bancada da esquerda, que fechou questão contra a cassação de Gabriel com 5 votos, tem se colocado como incentivadora de um acordo. O vereador Bruno Predalva (PT) disse que essa guerra já prejudicou a cidade.

“A gente se posicionou e colocamos claramente para o presidente da Câmara e também para a base do prefeito e para a “Família Aro” a necessidade de a gente encontrar uma saída que não passe por esse embate, porque na nossa avaliação, seja qual for o resultado, todos vão sair perdendo”, afirmou.

Em entrevista à imprensa, Miltinho CGE, autor de um dos pedidos de cassação do presidente, também sinalizou a possibilidade de esquecer a disputa.

“Eu eu acho super importante essa conversa do pessoal da esquerda para irmos para um acordo para que as coisas caminhem com mais tranquilidade aqui na casa”, afirmou o vereador que argumentou que se sentiu no direito de protocolar um pedido de cassação ao presidente após ter um pedido protocolado contra ele por Maryel Marra.

A “Família Aro”, grupo de 9 vereadores sob influência do Secretário da Casa Civil, Marcelo Aro, é o único empecilho para acordo por exigirem a cassação.

Nos bastidores, a previsão é que o pedido de Miltinho tinha os 21 votos necessários para ser aberto. Situação diferente do processo de cassação já aberto contra Gabriel, que ainda não teria os votos necessários para ocorrer. Sem cassação e sem abertura de outro processo, o diálogo pode ser mesmo o único caminho.

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