No encontro, Lula se manifestou de forma contrária ao fim da reeleição e mandato de cinco anos para cargos no Executivo, e não quis abordar questões de Jair Bolsonaro

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se manifestou de forma contrária ao fim da reeleição para cargos no Executivo ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e líderes partidários da Casa na noite de terça-feira (5). O tema foi abordado em uma espécie de happy hour promovido pelo petista para se aproximar de parlamentares em meio a temas em debate no Congresso Nacional.

No final de janeiro, Lula se encontrou de forma semelhante com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e deputados que lideram partidos. Nas duas ocasiões, o momento de confraternização foi no Palácio da Alvorada, a residência oficial do presidente em Brasília (DF). Nesta terça-feira, o happy hour contou com salgadinhos, Coca-Cola e água.

A proposta de fim da reeleição tem a rejeição de Lula, mas é declarada uma das prioridades de Pacheco, que está em seu último ano no comando do Senado.

Os textos colocados para discussão aumentam o tempo de mandato para cinco anos, o que também não tem a simpatia do petista. O presidente ponderou que seriam razoáveis pelo menos seis anos de mandato, mas foi derrotado pela maioria dos presentes. Dos 12 senadores presentes, apenas Efraim Filho (União Brasil-PB) e Weverton Rocha (PDT-MA) concordaram com Lula.

Crise diplomática e regulação das redes
A recente crise diplomática entre Brasil e Israel após Lula comparar os ataques israelenses em Gaza ao Holocausto, que foi a perseguição e o assassinato de judeus na Alemanha nazista por Adolf Hitler, foi ignorada. De acordo com líderes, esse foi considerado um assunto superado. O presidente não quis falar de seu principal opositor político, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

A atuação da esquerda nas redes sociais, local em que a militância de Bolsonaro domina na propagação de discursos do ex-presidente, foi tema levantado pelo vice-líder do MDB, senador Marcelo Castro (PI). Lula ouviu que o campo político que pertence está sofrendo uma “goleada” na internet e concordou, apontando que a responsabilidade de uma solução está com o Congresso Nacional, que tem nas mãos a análise da regulamentação das mídias sociais.

O presidente também ouviu uma reclamação de seus convidados por ficarem mais de uma hora de pé conversando na recepção. “Mas sentado querem me derrubar”, teria respondido Lula, em tom de brincadeira.

Pauta feminina
Às vésperas do Dia Internacional da Mulher, celebrado em 8 de março, o petista ouviu da senadora Eliziane Gama (PSD-MA) que a questão feminina está cada vez mais escanteada. O presidente pediu que ela trate do assunto com Pacheco para o avanço de projetos do tema e defendeu que haja uma maior união feminina no Congresso.

A pauta feminina tem ganhado espaço em referências ao governo Lula, mas, muitas vezes, em tom negativo. O petista fez campanha eleitoral e assumiu seu terceiro mandato presidencial com a bandeira de diversidade, mas preteriu mulheres desde o início de seu governo.

Das 11 ministras do início do governo, duas perderam seus cargos para homens em negociações por apoio político: Daniela Carneiro (Turismo) e Ana Moser (Esporte). Rita Serrano, que era presidente da Caixa Econômica Federal, também saiu da função em uma articulação do Centrão. Seu sucessor foi um homem, Carlos Vieira.

Veja abaixo quem participou da reunião desta terça-feira com Lula:
Ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha
Ministro da Fazenda, Fernando Haddad
Ministro da Secretaria de Comunicação Social, Paulo Pimenta
Presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG)
Vice-presidente do Senado, Veneziano Rego (PB)
Líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA)
Líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (Sem partido-AP)
Líder da Maioria, Renan Calheiros (MDB-AL)
Líder do Bloco Parlamentar da Resistência Democrática, Eliziane Gama (PSD-MA)
Líder do União Brasil, Efraim Filho (PB)
Líder do PT, Beto Faro (PA)
Líder do PDT, Weverton (PDT)
Vice-líder do União Brasil, Davi Alcolumbre (AP)
Více-líder do MDB, Marcelo Castro (PI)
Vice-líder do PSD, Omar Aziz (AM)

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