A declaração do presidente ocorreu na Colômbia, onde ele participou de agendas ao lado do chefe do governo local, Gustavo Petro, em Bogotá

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quarta-feira (17) que os Estados Unidos deveriam concentrar esforços na geração de empregos nos países do continente americano, em vez de construir um muro para impedir a entrada de cidadãos desses países em território estadunidense.

Durante sua declaração na Colômbia, onde participou de agendas ao lado do chefe do governo local, Gustavo Petro, em Bogotá, no Fórum Empresarial Brasil-Colômbia, Lula destacou: “Eis que, depois de 520 anos de existência, todos nós, países da América do Sul, continuamos pobres. É nesse continente que há mais desemprego, mais desnutrição, mais fome, mais mortalidade infantil e menos perspectivas.”

Lula criticou a política dos Estados Unidos ao afirmar que “os Estados Unidos, que deveriam cuidar disso gerando emprego junto aos seus vizinhos, têm uma política de construir um muro. Latino-americanos, à procura de chance de trabalho na publicidade tão grande que eles fazem, são considerados bandidos”.

Lula participou de uma série de agendas na Colômbia, nesta quarta-feira (17), a convite de Gustavo Petro. Ao chegar ao país, o presidente participou de uma cerimônia oficial na Casa de Nariño, onde também foi tirada uma foto oficial.

Além disso, ocorreu uma reunião restrita com o presidente colombiano, seguida por um encontro ampliado. O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e o ex-chanceler Celso Amorim estiveram presentes.

Durante a visita, os governos brasileiro e colombiano firmaram acordos em diversas áreas, incluindo economia, direitos humanos e comunicação.

Os países se comprometeram a cooperar em ações contra o tráfico de pessoas, na proteção dos direitos das pessoas LGBT, imigrantes e outras minorias, em pesquisas de tecnologia e informação, e no desenvolvimento agrário e agricultura familiar.

Na Colômbia, Lula participou do Fórum Empresarial organizado pela ApexBrasil e pela agência de promoção comercial colombiana ProColombia. O evento abordou temas como tecnologia, reindustrialização, integração produtiva, segurança alimentar e infraestrutura.

Em sua agenda final do dia, o presidente participou da abertura da 36ª Feira Internacional do Livro de Bogotá (FILBo), onde o Brasil é o país convidado de honra.

Eleições na Venezuela
Nesta quarta-feira (17), Lula e seu homólogo colombiano, Gustavo Petro, discutiram as eleições na Venezuela. Durante uma declaração oficial à imprensa, Petro apresentou a Lula a proposta de um plebiscito na Venezuela.

Segundo o colombiano, esse plebiscito garantiria um pacto democrático e segurança para qualquer candidato que perdesse nas eleições deste ano.

“Falamos da Venezuela e queremos transmitir ao presidente Lula uma proposta que foi discutida com o presidente Maduro e a oposição. Estamos considerando a opção de um plebiscito nas próximas eleições para garantir um pacto democrático. Esse pacto deveria assegurar a qualquer perdedor a certeza e a segurança em relação ao seu caminho, seus direitos e suas garantias políticas, que todos devem ter em seu país”, afirmou Petro.

A declaração dos líderes sul-americanos ocorre na mesma data de decisão do governo dos Estados Unidos de restabelecer algumas das sanções ao setor petrolífero e de gás da Venezuela, encerrando um indulto de seis meses, após constatar que o regime de Nicolás Maduro não cumpriu um acordo para garantir eleições justas, programadas para julho.

O anúncio marca o término automático da “Licença 44”, que havia permitido a maioria das empresas petrolíferas dos EUA realizar negócios na Venezuela. Também permitiu à Petróleos de Venezuela, empresa estatal de energia, vender seu petróleo nos Estados Unidos e usar seu sistema financeiro para pagamentos a credores e cobranças de dívidas.

A licença concedida pelo Departamento do Tesouro para a produção de petróleo e gás expirou, e as empresas têm até 31 de maio para encerrar suas operações, conforme comunicado publicado no site da agência.

O alívio das sanções está condicionado ao cumprimento, por parte de Maduro, dos termos do acordo para viabilizar eleições democráticas.

Também discutiram sobre o Haiti, as agendas de comércio e investimentos, desenvolvimento sustentável, cooperação para frear o desmatamento na floresta amazônica, programas sociais, direitos humanos e agricultura familiar.

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