Ao longo do seu discurso de abertura na Assembleia-Geral da ONU, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a criticar nesta terça-feira (19) o Conselho de Segurança das Nações Unidas, condenou a guerra na Ucrânia e o embargo econômico dos Estados Unidos a Cuba. 

Sobre o conflito no coração da Europa, o petista destacou que a “a guerra da Ucrânia escancara nossa incapacidade coletiva de fazer prevalecer os propósitos e princípios da Carta da ONU”. 

Ele discursou na presença do líder ucraniano Volodymyr Zelensky e do ministro de relações exteriores da Rússia Serguei Lavrov. Desde o início do conflito entre as duas nações, é a primeira vez que Zelensky comparece pessoalmente à Assembleia-Geral da ONU.  

“Não subestimamos as dificuldades para alcançar a paz. Mas nenhuma solução será duradoura se não for baseada no diálogo. Tenho reiterado que é preciso trabalhar para criar espaço para negociações”, arrematou.  

Embargo econômico aos cubanos 

Assim como vez na semana passada, durante a reunião de Cúpula do G77 + China, em Havana, Lula voltou a criticar o embargo imposto pelos norte-americanos à ilha caribenha.  

“As sanções unilaterais causam grande prejuízos à população dos países afetados. Além de não alcançarem seus alegados objetivos, dificultam os processos de mediação, prevenção e resolução pacífica de conflitos. O Brasil seguirá denunciando medidas tomadas sem amparo na Carta da ONU, como o embargo econômico e financeiro imposto a Cuba e a tentativa de classificar esse país como Estado patrocinador de terrorismo. Continuaremos críticos a toda tentativa de dividir o mundo em zonas de influência e de reeditar a Guerra Fria” 

Governança global 

O presidente brasileiro quer uma reformulação do Conselho de Segurança da ONU. Ao todo, são 15 integrantes, sendo cinco com assentos permanentes: Estados Unidos, França, Reino Unido, China e Rússia. O petista tem criticado que a ONU não atuou de maneira enfática para evitar a guerra na Ucrânia.  

“O Conselho de Segurança da ONU vem perdendo progressivamente sua credibilidade. Essa fragilidade decorre em particular da ação de seus membros permanentes, que travam guerras não autorizadas em busca de expansão territorial ou de mudança de regime. Sua paralisia é a prova mais eloquente da necessidade e urgência de reformá-lo, conferindo-lhe maior representatividade e eficácia”, disse o mandatário brasileiro.  

Das cinco nações com cadeira permanente no Conselho de Segurança, apenas os Estados Unidos estão na Assembleia-Geral da ONU. Os demais líderes faltaram por motivos diversos.  

Vladimir Putin, por exemplo, não deixa a Rússia desde o conflito com os ucranianos. Contra o líder russo, há um mandado de prisão expedido pelo Tribunal de Haia por crimes militares e violação de direitos humanos. A ausência dele foi notada também nos demais palcos mundiais, como reunião de cúpula dos Brics e G20. 

Ainda em seu discurso na Assembleia-Geral da ONU, Lula disse “investe-se muito em armamentos e pouco em desenvolvimento”. Lembrou que em 2022, os gastos militares totalizaram US$ 2 trilhões. “As despesas com armas nucleares chegaram a 83 bilhões de dólares, valor vinte vezes superior ao orçamento regular da ONU”. 

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