Faltando menos de um ano para as eleições, a escolha dos nomes que representarão as federações partidárias ainda são incógnitas. Em Belo Horizonte, duas das três federações registradas têm nomes apresentados pelos partidos, e ainda não há consenso sobre qual caminho seguir. A legislação determina que todos os partidos da federação têm que ter o mesmo candidato.

“Os partidos têm que apresentar suas postulações. Isso é legítimo. Antes de convergir, é preciso ter essa diversidade. Isso dá mais opção para que os partidos avaliem e escolham o melhor nome para o projeto de cidade que querem construir”, diz Lamac.

Ele lembra que os dois partidos terão até o mês de julho para fechar um nome e que, mesmo com o lançamento da pré-candidatura de Bella, o momento ainda é de diálogo.

Jozeli, no entanto, diz que uma questão já estaria fechada na federação: “Por ora, o que a direção sinaliza é um consenso acerca da nossa candidatura majoritária. Também estivemos com Heloísa Helena, porta-voz nacional da Rede, que defende tal postura”, diz.

Paulo Lamac, no entanto, avalia que tudo está indefinido. O ex-prefeito tem participado de reuniões com o prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD), que busca construir apoios para uma tentativa de reeleição neste ano.

Lamac não descarta uma aliança com Fuad. “Não é nosso primeiro plano, mas não é impossível e, no segundo turno, com certeza devemos caminhar todos juntos. O desafio posto em BH é o enfrentamento à frente de direita e centro-direita”, destaca.

O porta-voz da Rede em Minas lembrou que Fuad e o PSD apoiaram a eleição de Lula (PT). Ele avalia que a proximidade do prefeito com o chefe de Casa Civil do governo Romeu Zema, Marcelo Aro (PP), que apoiou Jair Bolsonaro, é apenas uma circunstância de “governabilidade” na Câmara e não terá efeito nas alianças eleitorais que o prefeito fará.

Outra federação que ainda não definiu os caminhos a seguir é a que une PSDB e Cidadania. Os tucanos têm apresentado o nome do ex-deputado estadual João Leite. Mas o Cidadania ainda não aderiu à candidatura. Em 2022, os dois partidos tiveram divergências públicas sobre apoiar ou não a reeleição de Romeu Zema.

Desta vez, as lideranças dos partidos têm sido mais precavidas ao tratar do assunto. “Quanto à definição sobre as eleições de Belo Horizonte, temos o privilégio de ter dois nomes de muito peso e inquestionável qualificação: um deles é o do presidente do Cidadania, deputado João Vítor Xavier, e o outro é do ex-deputado João Leite, do PSDB”, destaca o deputado federal Paulo Abi-Ackel, presidente do PSDB em Minas.

“Estamos atentos aos acontecimentos e no momento adequado vamos decidir o que é melhor para a federação e para o projeto dos candidatos ao Legislativo municipal, e também o que é melhor para 2026”, diz.

O presidente do Cidadania em Minas, João Vítor Xavier, afirmou que o diálogo com o PSDB tem fluído bem e, apesar de não acreditar no modelo de federação, espera que, nas eleições deste ano, o diálogo entre os dois partidos flua melhor.

Sistema ainda não empolga dirigentes e tem futuro incerto

Prestes a chegar ao segundo pleito, as federações partidárias seguem com incertezas para o futuro. Criadas como alternativa para partidos menores enfrentarem a cláusula de barreira e terem acesso ao Fundo Partidário e à propaganda gratuita no rádio e na televisão, elas ainda não empolgam os dirigentes.

“Não vejo com entusiasmo (daqui) para frente. Não consigo ver ninguém muito feliz com isso, dizendo que a federação foi uma coisa muito boa, por isso queremos mais”, avalia João Vítor Xavier, presidente do Cidadania em Minas Gerais.

O presidente do PSDB em Minas, Paulo Abi-Ackel, aposta em um diálogo mais tranquilo. “O instituto da federação é muito novo, e foi natural que ocorressem divergências pontuais. Hoje, creio que estamos bastante entrosados, e a relação é muito saudável, virtuosa, o que nos dá otimismo em relação ao futuro e à sua manutenção”, diz.

O porta-voz da Rede em Minas, Paulo Lamac, evita fazer apostas para o futuro do modelo de alianças, mas avalia que a eleição municipal será o teste de fogo para as federações.

Silveira não vê “problemas intransponíveis”

No caso da federação liderada pelos petistas, após uma guinada do PV para a esquerda e um maior alinhamento do partido com a estratégia eleitoral do presidente Lula, a situação está apaziguada, avalia o presidente do PT em Minas, deputado estadual Cristiano Silveira.

“A federação é algo novo, não existia. Hoje, temos que ficar quatro anos juntos na federação. O desafio é fazer o processo de conciliação em que eventualmente os partidos tenham sido oposições e feito disputas, mas em Minas Gerais não foram identificados problemas intransponíveis”, argumenta.

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