O ex-diretor-geral da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) Robson Cândido foi preso na manhã deste sábado (4) em casa, na região administrativa do Park Way, em Brasília. Ele é acusado de usar a estrutura da corporação para prática do crime de stalking de uma mulher que afirma ter sido sua amante. O monitoramento teria ocorrido, inclusive, após Cândido deixar o comando da PCDF e se aposentar, no início do mês passado.
A prisão decretada pelo Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher de Águas Claras é preventiva, ou seja, não tem prazo determinado para acabar. Cândido é investigado pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MP-DFT) por ameaça e perseguição.
Foram cumpridos mandados de busca na residência do ex-diretor e na 19ª Delegacia de Polícia de Ceilândia, outra região administrativa do DF. Há a suspeita de que equipamentos do local foram usados na prática dos supostos delitos e que uma das vítimas foi grampeada. Foram apreendidos computadores, HD, Go Pro e pen drives. Investigado no caso, o delegado da unidade Thiago Peralva é suspeito de auxiliar Cândido no grampo e no crime de stalking.
Homem de confiança do governador do Distrito Federal, Robson Cândido foi nomeado para o cargo logo no primeiro mandato de Ibaneis Rocha (MDB), em 2019. Seu nome foi o primeiro colocado em uma lista tríplice feita por policiais. Ao ser reeleito em 2022, Ibaneis o manteve no comando da Polícia Civil, de onde só saiu quando as denúncias contra ele se tornaram públicas.
Segundo a denúncia do MPDFT, há a suspeita de que Robson Cândido teria usado viatura, celulares e estrutura da Polícia Civil para perseguir e conseguir informações sobre a mulher. De acordo com ela, Robson não teria aceitado o término do suposto relacionamento e passou a persegui-la em diversos lugares, sempre demonstrando saber onde ela estava e o que fazia.
