O investigado, que é acusado por feminicídio, será ouvido pelo Tribunal do Júri da Comarca de Belo Horizonte

O tatuador de 30 anos acusado de violentar, extorquir e matar esfaqueada a ex-namorada Emilly Luiza Ferrete Fernandes, de 25, no bairro Cardoso, na região do Barreiro, em Belo Horizonte – em um crime de grande repercussão no dia 4 de agosto de 2022 – começa a ser julgado nesta quinta-feira (29 de fevereiro). O investigado, que é acusado por feminicídio, será ouvido pelo Tribunal do Júri da Comarca de Belo Horizonte.

A sessão estava prevista para começar às 8h20. No entanto, devido há um atraso no transporte do réu até o Fórum, o julgamento começou por volta das 8h55. Seis mulheres e um homem foram sorteados para compor o Conselho de Sentença. Durante o  julgamento desta quinta (29), ele será representado por dois advogados de defesa.

O homem está preso há pouco mais de um ano e seis meses, uma vez que foi detido em flagrante um dia após o crime e teve a prisão convertida para preventiva pela Justiça.

O tatuador é investigado por ter mantido um relacionamento abusivo com a vítima, no qual forçou Emilly a violências sexuais, extorquiu o dinheiro da jovem, a difamou em um perfil fake e, inconformado com o fim da relação, confessou ter matado a ex-namorada com 40 facadas. No momento da prisão, o homem se considerou “covarde”.

Relembre o crime

Emilly Luiza Ferrete Fernandes, de 25 anos, foi morta a 40 facadas no bairro Cardoso, na região do Barreiro, na tarde de 4 de agosto de 2022. Conforme informações da Polícia Militar (PM), o suspeito, à época com 29 anos, que morava nos EUA mas estava estudando no Brasil para ser tatuador, discutiu com a vítima e, por não aceitar o término da relação, desferiu os golpes de faca contra ela. O irmão de Emilly também foi atingido, com três golpes. O agressor fugiu em seguida, mas foi preso em um motel na manhã seguinte.

Dias antes de morrer, a vítima foi agredida pelo suspeito, segundo informações apuradas por O TEMPO. Na noite de terça-feira (3/8/22), a jovem foi violentada pelo suspeito, tendo, inclusive, solicitado uma medida protetiva contra o homem.

Após as agressões, ele teria ido para o bairro Prado, na região Oeste da capital mineira, onde dormiu na casa de um amigo. Dois dias depois, o homem foi embora do local e, em seguida, cometeu o feminicídio.

Relacionamento abusivo

O denunciado mantinha um relacionamento amoroso com a vítima desde outubro de 2021. Como ele morava nos Estados Unidos, o casal vivia um namoro à distância com alguns encontros presenciais quando o homem visitava o Brasil. No início de 2022, o tatuador forçou a vítima a se colocar em situações de violência sexual e a ameaçou com o intuito de extorquir seu dinheiro.

A jovem sonhava em poder se mudar para os EUA e viver com ele, segundo a investigação, “sinceramente envolvida amorosamente”. Ela estudava inglês e tinha planos de se mudar para fora do país.

Mas Emilly nunca foi para os EUA. Ela enviava o dinheiro que conseguia para o namorado e era vigiada o tempo todo, mesmo à distância. Quando a jovem se dizia insatisfeita com o namoro, o homem a ameaçava, jurando que iria difamá-la para familiares e pelas redes sociais. De fato, quando o relacionamento acabou, em junho de 2022, ele criou um perfil fake para expor a ex.

O tatuador perseguia a vítima após o término, implorando para o retorno da relação. Quando visitou o Brasil, em julho de 2022, conseguiu retomar o ciclo de violência que terminou na morte de Emilly a facadas.

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