Entre o início de 2023 e 1º de abril de 2024, a organização registrou 889 casos em humanos em 23 países

A Organização Mundial da Saúde (OMS) expressou nesta quinta-feira (18/4) “enorme preocupação” com a crescente propagação da cepa H5N1 da gripe aviária para outras espécies, incluindo o ser humano. “Isto continua sendo, acredito, uma enorme preocupação”, declarou Jeremy Farrar, diretor científico da agência de saúde da ONU, em uma entrevista coletiva em Genebra.

A principal inquietação é que o vírus H5N1, que tem “uma taxa de mortalidade extraordinariamente elevada” entre as pessoas infectadas por contato com animais, está se adaptando para a transmissão entre humanos. Entre o início de 2003 e 1º de abril de 2024, a OMS registrou 889 casos em seres humanos de gripe aviária em 23 países, com 463 óbitos, o que representa uma taxa de mortalidade de 52%.

Atualmente, não há casos registrados de transmissão do H5N1 entre humanos. Segundo o cientista da OMS, a cepa A (H5N1) virou uma “pandemia zoonótica animal global”.

Para Farrar, a “grande preocupação é que, ao infectar patos e galinhas, e cada vez mais mamíferos, este vírus evolua” e depois desenvolva a “capacidade de passar de humano para humano”. Um caso que gerou preocupação foi o anúncio no início de abril da detecção de um caso de gripe aviária em uma pessoa infectada por uma vaca leiteira no Texas, Estados Unidos.

“Quando chega à população de mamíferos, está se aproximando dos humanos”, disse Farrar. “É realmente preocupante.”

O diretor da divisão científica da ONU pediu o reforço da vigilância e dos registros. Ele explicou que é muito importante saber quantas infecções acontecem entre humanos, pois é neste espaço que pode acontecer uma adaptação do vírus.

“É uma coisa trágica de se dizer, mas se eu for infectado com H5N1 e morrer, este é o fim do caso. Se eu circular pela comunidade e infectar outra pessoa, então começa o ciclo”, destacou.

Farrar mencionou esforços para desenvolver vacinas e tratamentos contra o H5N1 e ressaltou a necessidade de garantir que as autoridades de saúde regionais e nacionais de todo o mundo tenham a capacidade de fazer o diagnóstico. (AFP) 

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