Além do longo período de seca do segundo semestre de 2023 ter afetado a colheita para este ano, uma doença chamada greening está atrapalhando o crescimento das frutas

A laranja pode ficar ainda mais cara em 2024, após uma alta de 35,64% nos últimos 12 meses, de acordo com os dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). O principal motivo é uma doença chamada greening, que não tem cura e se alastrou pelos pomares do Brasil neste ano. O outro fator é o clima, que teve períodos muito longos de seca no segundo semestre do ano passado e prejudicou a colheita da atual safra.

“Em 2023 houve aquele período de calor intenso, que acabou atrapalhando a florada dos cítricos, em geral. E isso também fez com que tivesse uma maior proliferação do psilídeo, a praga que transmite essa doença”, explica Altino Júnior Mendes Oliveira, supervisor de campo do Sistema Faemg Senar.

O psilídeo é um mosquitinho que transmite a bactéria do greening para as plantações. Por enquanto, não há uma forma de combatê-lo. A única solução é a troca das árvores doentes por outras sadias, o que causa um gasto extra de até 30% para os produtores rurais. Com o custo de produção mais alto, a laranja vai ficar mais cara. E essa situação também ocorre com outras frutas cítricas, como limão e mexerica.

A laranja contaminada com o greening não faz mal para a saúde das pessoas, mas ela sofre alteração no sabor, que fica um pouco mais azedo. Por isso, alguns produtores optam por usar essas frutas na produção de sucos. Além disso, a doença afeta o crescimento da fruta e ela fica menor, aumentando o prejuízo.

“O estoque de laranjas já está baixo e o que era para ir para os supermercados e sacolões está indo para a produção de suco”, explica o supervisor de campo do Sistema Faemg Senar.

Para auxiliar os produtores de laranja a identificarem o greening nas plantações e a trocarem as árvores doentes, a Federação da Agricultura do Estado de Minas Gerais (Faemg) e a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG) estão com técnicos nas principais regiões produtoras.

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