Reumatologista do Hospital Márcio Cunha fala sobre a importância de ampliar o entendimento de doenças autoimune.

Segundo Sociedade Brasileira de Reumatologia, cerca de 65 mil pessoas no Brasil são diagnosticadas com doenças autoimunes. Ampliar a conscientização sobre a doença de lúpus, o alzheimer e a fibromialgia, a fim de alertar para o diagnóstico precoce, aumentando as chances de eficácia no tratamento e proporcionar mais conforto e qualidade de vida ao paciente. A campanha Fevereiro Roxo busca informar sobre patologias de condições crônicas que afetam milhões de pessoas em todo o mundo.

Aos sentir os primeiros sintomas da doença, a moradora da zona rural de Inhapim, Jandira Aparecida Amaral, que ainda não sabia da existência de lúpus, passou por momentos críticos, com períodos de internação hospitalar, antes de receber o diagnóstico preciso por um reumatologista. “Comecei a sentir muita dor na nuca e no corpo, que se agravaram com outros sintomas. Passei muito mal e estive com vários especialistas. Tive problemas renais com necessidade de internação. E então, após uma bateria de exames e da avaliação da doutora Anna Lydia, recebi o diagnóstico de lúpus. Hoje, após os medicamentos terem se equilibrado no meu organismo é possível ter uma vida normal. Meus exames estão todos regulados e a doença está sob controle”, reconhece Jandira.

Segundo Anna Lydia Mol Villela, reumatologista do Hospital Márcio Cunha, administrado pela Fundação São Francisco Xavier, conhecer como se manifesta a doença de lúpus, fortalece a cooperação no cuidado e impulsiona a busca por um tratamento especializado, melhorando significativamente os prognósticos, minimizando os danos. “A conscientização para a doença e a promoção de um ambiente de suporte familiar atuam como uma peça-chave para a gestão de lúpus, uma abordagem que pede um cuidado mais compassivo e eficiente para o paciente”, recomenda a reumatologista.

O diagnóstico da patologia é fundamentado na história clínica, e baseia-se em análises de sangue, urina e exames físicos. O tratamento inclui imunossupressores (drogas que agem na divisão celular e têm propriedades anti-inflamatórias) e terapias inovadoras, visando controlar a doença multifatorial, que é associada a fatores genéticos, hormonais, ambientais e infecciosos. Para a prevenção, além da conscientização, são recomendadas práticas de fotoproteção, dieta saudável e suporte psicológico.

“É fundamental ampliar o entendimento sobre essas doenças complexas, promovendo diagnósticos precoces e oferecendo suporte aos pacientes. A campanha representa uma oportunidade valiosa para unir esforços na luta contra o lúpus, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida daqueles que enfrentam essa condição desafiadora”, pondera Anna Lydia.

Apesar de distintas, as doenças envolvidas no Fevereiro Roxo possuem medidas preventivas em comum. Dentre elas estão a necessidade de realizar exercício físico diário, manter uma boa alimentação, ter cuidados com a saúde psicoemocional e manter consultas preventivas em dia.

Lúpus

O Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) é uma doença inflamatória e autoimune, na qual o sistema imunológico ataca tecidos e órgãos. A patologia, predominantemente em mulheres de 20 a 45 anos, é mais comum em pessoas mestiças e afrodescendentes. Estima-se que existam 65 mil casos da doença no Brasil, conforme a Sociedade Brasileira de Reumatologia. A doença pode surgir gradualmente ao longo dos meses ou de forma rápida, em semanas. Existem dois tipos principais de lúpus: o cutâneo, evidenciado por manchas avermelhadas na pele, especialmente em áreas expostas ao sol, e o sistêmico, que afeta órgãos internos. Devido à natureza do sistema imunológico comprometido, os sintomas do LES variam desde febre, emagrecimento, perda de apetite até alterações neurológicas, cardíacas, pulmonares e renais.

Fibromialgia

A Fibromialgia é uma síndrome clínica que se manifesta com dor no corpo todo, principalmente na musculatura. Aliado a dor, a fibromialgia desencadeia sintomas como cansaço, sono alterado, alterações de memória, na atenção, ansiedade, depressão e disfunções intestinais.

Assim como o lúpus, há maior acometimento do sexo feminino. Ainda são desconhecidas as causas da doença. É frequente a associação com transtornos de humor e ansiedade. O tratamento envolve o uso de medicamentos para melhora do quadro álgico, regulação do sono e redução da fadiga, além de atividade física regular e psicoterapia.

Doença de Alzheimer

A doença de Alzheimer é uma doença crônica neurodegenerativa, progressiva e que afeta, em sua maioria, idosos acima de 65 anos de idade, resultando em alterações de memória, percepção do mundo e linguagem. Traz impactos no comportamento, na interação social, na cognição, na personalidade e no humor do portador da doença, comprometendo suas atividades de vida diária.

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