Na reta final dos trabalhos, que devem ser encerrados em outubro, a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga os atos de 8 de janeiro deve votar, na próxima terça-feira (26), seis requerimentos com novas convocações. O anúncio foi feito na sessão desta terça (19) pelo presidente da CPMI, deputado Arthur Maia (União-BA).

Segundo Maia, a lista contará com quatro requerimentos escolhidos por governistas, e outros dois por parlamentares de oposição. Com dificuldade em um acordo, os pedidos serão votados em bloco. Dessa forma, ou todos serão aprovados, ou todos serão rejeitados. O presidente da CPMI disse que a estratégia visa garantir a neutralidade dos trabalhos.

A pauta oficial ainda não foi fechada, mas na lista da oposição, estão os nomes de alguém do comando da Força Nacional de Segurança Pública no 8 de janeiro, ainda a ser definido, e um representante do Ministério da Justiça. Apesar do grupo político defender a convocação do ministro Flávio Dino, não há garantia de que esse é o nome que entrará no acordo.

Já governistas devem indicar para a votação em bloco a convocação do coronel Antônio Aginaldo de Oliveira (que também já foi comandante da Força Nacional e deixou o cargo em março de 2022), marido da deputada Carla Zambelli (PL-SP), por supostos pagamentos ao hacker Walter Delgatti; e Tercio Arnaud, que foi assessor no Palácio do Planalto durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e integrante do chamado “gabinete do ódio”.

Ainda estão na lista de governistas o dono da construtora Tecnisa, Meyer Nigri, apoiador de primeira hora de Jair Bolsonaro e investigado por supostas mensagens com teor golpusta; e Enric Juvenal da Costa Lauriano, tutalista pró-garimpo que teria participado da depredação das sedes dos Três Poderes em Brasília (DF).

Há dúvidas, ainda, sobre requerimentos que pedem relatório de inteligência financiera de Jair Bolsonaro e da esposa, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. Já o pedido de acareação entre Jair Bolsonaro e o tenente-coronel Mauro Cid, que foi ajudante de ordens do ex-presidente, deve ficar de fora da lista.

“Esta presidência submeterá esses requerimentos à votação em bloco, em bloco… Portanto, ou serão todos aprovados, ou serão todos rejeitados, na próxima terça-feira. Então, se as pessoas aqui acham que realmente, depois de ter vindo aqui a Polícia Militar, ter vindo o Exército, que não vale a pena vir a Força Nacional, deverão votar contra o requerimento que traz a Força Nacional. […] Quem quiser votar a favor, vota; quem quiser votar contra, vota, e cada um se explica diante da sua posição”, disse Maia.

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