Apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) participaram de uma manifestação neste domingo (26) na Avenida Paulista, em frente ao Museu de Arte de São Paulo. O ato foi convocado pelo pastor Silas Malafaia e parlamentares “em defesa do Estado Democrático de Direito”, dos “direitos humanos” e da “memória de Cleriston da Cunha”, réu dos atos de 8 de janeiro que morreu durante banho de sol no Complexo da Papuda, em Brasília, na última segunda-feira (20).

Os manifestantes estavam vestidos de camisetas verde e amarelas e bandeiras do Brasil e de Israel. O ato teve início oficialmente às 14h40, com um minuto de silêncio em memória de Cleriston.

Os familiares do homem também participaram da manifestação, assim como os deputados federais Carla Zambelli (PL-SP). Gustavo Gayer (PL-GO), Marcel Van Hattem (Novo – RS), Nikolas Ferreira (PL-MG), Ricardo Salles (PL-SP), entre outros. O ex-presidente, que publicou a convocação em seus perfis nas redes sociais, não compareceu. 

Os participantes criticaram o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente do Tribunal Superior Eleitoral, o ministro Alexandre de Moraes, que também faz parte do Supremo Tribunal Federal (STF). Desde a morte de Cleriston da Cunha, apoiadores do ex-presidente e políticos aliados dele têm atacado o ministro, uma vez que ele é relator dos casos relacionados ao 8 de janeiro no STF.

Ele é responsável pelas ações penais, mas não decide sobre todos os pedidos de habeas corpus, como neste caso fatal, em que o relator por analisar o pedido de soltura do homem foi o ministro do STF André Mendonça (veja o detalhamento abaixo).

Relembre

Apoiador de Bolsonaro, o homem estava preso por ter participado dos atos de 8 de janeiro, em Brasília. Ele teve um mal súbito, na última segunda-feira (20), durante o banho de sol no Centro de Detenção Provisória (CDP) II, parte do Complexo Penitenciário da Papuda, no Distrito Federal. Ele foi atendido por equipes do Samu e do Corpo de Bombeiros, com protocolo de reanimação cardiorrespiratória, mas não resistiu.

A Polícia Federal (PF) foi acionada para investigar as circunstâncias da morte. Além disso, o ministro do STF Alexandre de Moraes exigiu da direção do presídio informações detalhadas sobre o ocorrido. Na terça-feira (21), o presidente do Conselho Federal da OAB, Beto Simonetti, também pediu à Comissão Nacional de Direitos Humanos da instituição que investigue possíveis violações de direitos humanos.

O advogado de Cleriston da Cunha havia pedido, em fevereiro, que o cliente respondesse ao processo em liberdade devido ao quadro de saúde. Ele tinha sequelas da Covid-19. O relator do pedido de habeas corpus, o ministro André Mendonça, negou. Ele decidiu com base em questões processuais e técnicas, sem mencionar as informações sobre as condições de saúde do preso.

O defensor Bruno Azevedo de Souza reforçou a solicitação em abril, quando disse ao STF, em abril, que a manutenção da prisão poderia ser uma “sentença de morte”. Na sustentação oral do recebimento da denúncia, citou um “quadro de vasculite de múltiplos vasos” e “miosite secundária à Covid-19”. Em 7 de novembro, a defesa reiterou o pedido de soltura, mencionando o apoio favorável da Procuradoria Geral da República (PGR).

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