As temperaturas baixas que boa parte do país enfrentam nos meses de junho a setembro tendem a mudar a rotina dos praticantes de exercícios físicos e geram dúvidas sobre fazer ou não atividades ao ar livre durante o inverno. O médico Mauricio Milani, especialista em fisiologia do exercício e medicina do esporte, explica qual é a melhor maneira de manter o ritmo na estação com clima mais ameno.

Sobre as temperaturas baixas

“O frio não pode ser desculpa. Pior mesmo é o sedentarismo, que traz grandes riscos à saúde”, ressalta Milani, que também é triatleta. “Em países com temperaturas bem mais baixas, as pessoas continuam se exercitando normalmente”.

A diferença na hora de fazer atividade física no frio está nos detalhes, como vestimenta, aquecimento e alongamento.

“A primeira atitude a ser tomada é se agasalhar bem. Depois, tome bastante cuidado com alongamento e aquecimento. Em baixas temperaturas, os tendões e musculatura estão mais rígidos, então demanda um alongamento um pouco mais cuidadoso. E vale lembrar que o alongamento não aquece o corpo. Como está mais frio, o praticante de atividade física deve fazer um aquecimento mais longo, num ritmo menos intenso. Se você vai correr, por exemplo, primeiro comece com uma caminhada, depois acelere um pouco o passo. Só quando o corpo estiver realmente aquecido, quando o fluxo sanguíneo aumentar, inicie a corrida”, explica Milani.

Para quem pratica esportes aquáticos, também vale a pena prestar atenção no choque térmico ao sair da água. “Muitas pessoas nadam em piscinas aquecidas, então é bom tomar cuidado com a variação de temperatura. Estar bem agasalhado após a atividade é essencial”, aponta Milani.

Outra dúvida bastante comum na época do frio diz respeito às mudanças no organismo, como a pressão sanguínea, por exemplo. Milani, que também é especialista em reabilitação cardiovascular, dá os detalhes: “O frio realmente aumenta o fechamento das artérias, mas a questão do aumento da pressão depende de uma série de fatores. Se a pessoa não tem problemas vasculares, como hipertensão, as alterações de um exercício no frio não são significativas. Se a mudança na pressão não for normal, pode ser a questão de um problema preexistente que ainda estava em uma fase assintomática e que a pessoa não tinha notado”. 

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