Precisamos falar sobre o peso saudável, mas também precisamos lembrar que essa deve ser a consequência de um projeto de qualidade de vida e não uma finalidade restrita a um número na balança ou a uma forma inatingível. A preocupação obsessiva com uma silhueta específica foge do ideal saudável, que passa por uma alimentação equilibrada e uma vida fisicamente ativa, que proporcionam mais saúde e bem-estar.

O Saúde Brasil entrevistou Monique Pimentel, psicóloga organizacional da Maternidade Escola Januário Cicco, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte e vinculada à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH), para falar sobre como manter um relacionamento saudável com seu corpo. Fazer as pazes com sua aparência pode ser um sinônimo de liberdade. Olha só!

O corpo perfeito de hoje pode não ser o de amanhã

Já reparou como a moda não vale somente para as roupas? Já tivemos a fase dos seios maiores, a do corpo mais magro, depois aquele com mais curvas, o estilo fitness e por aí vai. Vai dar para acompanhar o tempo todo? A resposta é não.

É importante sempre lembrar que cada pessoa possui uma realidade e um perfil físico. Já os padrões estéticos mudam com o tempo. Acompanhar essa saga é o mesmo que passar o resto da vida em busca de algo que, na maioria das vezes, não é fácil e nem natural para você. Sempre há mais trabalho a ser feito!

Quando a gente fala sobre um relacionamento saudável com o corpo, é muito comum ouvir que devemos nos aceitar e nos amar como somos. A psicóloga assina embaixo e ainda complementa: “O amor próprio é um exercício diário e constante. É se gostar, se valorizar, identificar suas qualidades e entender que não somos perfeitos, aceitando nossas limitações e curtindo ser quem você é.”

Você pode ser a inspiração de alguém

A mídia sempre esteve aí, a todo tempo, “ditando” os padrões de beleza. Hoje esse papel também vem sendo desempenhado pelas redes sociais. Nadando contra essa maré, a veiculação de fotos com modelos no melhor estilo “gente como a gente”, com corpos e aparência que se aproximam mais do dia a dia da maioria das pessoas, faz com que haja uma maior identificação e, por isso, mais aceitação, ensina Monique.

Mas não precisa ser uma pessoa famosa para começar esse movimento. Quando você abraça suas características, também está incentivando outras pessoas a fazerem o mesmo. Passe a ver sua beleza e a fazer elogios a si mesmo. Dê o primeiro passo no seu próprio ciclo social!

Tenha uma rotina saudável como prioridade

A chegada do verão costuma colocar ainda mais em evidência a relação com o corpo. Eis aí um dos maiores gatilhos para o início da saga em busca da silhueta ideal para entrar naquele biquíni! Mas como lembra Monique, devemos nos tornar amigos do nosso corpo e buscar saúde e bem-estar o ano todo, com equilíbrio, saúde e amor próprio.

Nesse sentido, a motivação precisa ser aliada de uma rotina saudável e sem sacrifícios. Coloque no seu dia a dia: alimentação equilibrada, uma boa noite de sono, a prática de atividades físicas prazerosas (sem a preocupação com os resultados) e encontros com pessoas que te fazem bem. Certamente essa receita vai te proporcionar um bem-estar tanto físico quanto mental!

A autoestima deve andar de mãos dadas com o amor próprio

Os dois termos parecem similares, mas há diferença sim. Monique ensina que o amor próprio está além da autoestima. A busca incessante e inconsequente pelo aumento da autoestima pode ter consequências negativas, como a ansiedade, a compulsão alimentar e a depressão. Já a busca pelo amor próprio sempre terá boas consequências.

“Você pode buscar vários procedimentos estéticos para elevar sua autoestima e, pela falta do amor próprio, continuar insatisfeito consigo mesmo. Por isso, devemos cultivar esse amor próprio que é algo mais perene e duradouro. Já a autoestima tende a ser momentânea, movida por sentimentos”.

Investir no autoconhecimento é um bom negócio!

Monique reforça que o primeiro passo para desenvolver tanto uma boa autoestima quanto o amor próprio é o autoconhecimento. Conhecer as próprias limitações, fragilidades e fortalezas ajuda a conviver e superar as sensações adversas que nos afetam.

“É preciso ser verdadeiro e leal consigo, reconhecer o próprio valor, saber seus limites, manter boas relações e entender que o amor próprio é chave de todas as relações. Se você não consegue estar bem consigo, possivelmente isso impactará em todas as áreas da vida. O mau humor, a energia negativa e a insatisfação te tornarão menos receptivo ao outro, prejudicando as relações sociais, podendo torná-lo inseguro”.

fonte: Ministério da Saúde

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