Hora de ficar em casa e evitar ao máximo os deslocamentos. Viajar então é algo fora de cogitação para grande parte da população mundial, a não ser por necessidade. O que dá uma ideia do impacto da pandemia do novo coronavírus sobre o setor do turismo. Desde que a Covid-19 começou a se espalhar pelo planeta, países começaram a proibir a entrada de estrangeiros; companhias aéreas limitaram os voos por falta de demanda e muitos hoteis preferiram suspender as atividades (em Belo Horizonte, quase a metade dos estabelecimentos filiados à ABIH). E por mais que a expectativa comum seja de passar pelo momento sem precedentes, muitas dúvidas persistem. Como será o turismo daqui em diante?

Para a professora Ana Paula Guimarães, do curso de Turismo do Instituto de Geociências/UFMG, a incerteza envolvendo a pandemia dificulta prever com exatidão a resposta do setor. Ela identifica, no entanto, algumas consequências bastante prováveis. “Durante um bom período as pessoas tenderão a procurar destinos mais próximos, que não exigem longos deslocamentos em meios de transporte como avião ou ônibus. O que é muito bom para o turismo local, além de gerar divisas para o próprio país”. 

Para ela, haverá mudanças em procedimentos do transporte aéreo. “Assim como o 11 de setembro criou um novo paradigma para a segurança, a pandemia vai levar as empresas a adotar formas de higienização mais abrangentes, incluindo as bagagens. E é muito provável que, tão logo se descubra uma vacina para o coronavírus, muitos países, se não todos, passem a exigir a imunização para permitir a entrada”.

Novos destinos

Ana Paula acredita que, uma vez superados o risco elevado de contágio e as restrições em países e cidades, o fluxo turístico tenda a se retomar. Mas acredita em desdobramentos. “Pode ser o caso de novos destinos turísticos se popularizarem. Além disso, o momento dá a destinos muito populares a possibilidade de repensar sua atividade. Muitas vezes a presença maciça de turistas interfere nos preços da moradia, traz também impacto negativo a alguns locais”.

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