(imagem ilustrativa) A situação é mais grave na regional Leste do Sul e no Vale do Aço, onde não há mais leitos para os pacientes graves diagnosticados com a Covid.

Mais da metade dos casos de Covid-19 em Minas foram registrados só nos três primeiros meses deste ano, segundo dados da Secretaria de Estado de Saúde (SES). O avanço da doença no território preocupa especialistas da saúde por conta da circulação das novas cepas – mais transmissíveis e agressivas – e da falta de vagas nas terapias intensivas. Aliado a isso, a vacinação segue de forma lenta em todo o país. 

Até o momento, o Estado confirmou 1.067.919 testes positivos para o novo coronavírus desde o início da pandemia, há um ano. Desses, 539 mil foram atestados em 2021. Março foi o mês com mais notificações – 203 mil. Nessa sexta-feira, Minas bateu recorde de infectados – pelo terceiro dia seguido –, com 14.062 doentes, o que contribuiu para superar o total de contaminados de 2020.

A consequência da circulação de cepas mais letais e o aumento das infecções é o crescimento do número de mortes. Até o momento, 22,8 mil pessoas perderam a vida por complicações da Covid, 316 de quinta para sexta-feira. Na última quarta-feira, o Estado bateu recorde de óbitos em 24 horas, com 374 vítimas.

“Minas confirmou 1.067.919 casos da Covid desde o início da pandemia. Destes, 539 mil foram atestados em 2021, sendo 203 mil apenas em março”

Segundo o médico Unaí Tupinambás, membro do Comitê de Enfrentamento à Pandemia de Belo Horizonte, o número de casos continua crescendo por conta da gravidade da nova variante que circula pelo Estado. “As pessoas procuram mais por assistência”, afirmou. 

A aceleração dos casos obrigou o governador Romeu Zema a tomar medidas mais rígidas para tentar frear as contaminações no Estado. Desde o último dia 17 está em vigor a Onda Roxa do programa Minas Consciente. A etapa atual restringe a circulação de mineiros nas ruas dos 853 municípios, das 20h às 5h. É permitido apenas o funcionamento do comércio essencial, como unidades de saúde, padarias e supermercados.

Mesmo com o endurecimento nas regras, a curva de crescimento da Covid-19 não desacelerou como previam as autoridades. Por isso, a fase mais restritiva do plano, que valeria inicialmente por 15 dias, foi prorrogada por mais duas semanas, até o domingo de Páscoa, 4 de abril. 

Ocupação das UTIs

Conforme os dados da SES-MG, em nove das 14 macrorregiões de saúde a taxa de ocupação das UTIs é maior do que 90%. A situação é mais grave na regional Leste do Sul e no Vale do Aço, onde não há mais leitos para os pacientes graves diagnosticados com a Covid. No Centro Sul do Estado, o cenário também preocupa. Lá, o índice chegou a 99% nessa sexta-feira.

Em BH, não há mais vagas nos hospitais particulares, que atingiram 120% de utilização. Na rede pública, após abertura de mais sete leitos de terapia intensiva, o índice chegou a 96,6%, segundo dados do boletim epidemiológico da prefeitura.

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