A Prefeitura de Coronel Fabriciano tem a capacidade de abrir, de imediato, 60 novos leitos no Hospital Dr. José Maria Morais e tratar pacientes com Covid-19 do Vale do Aço. São 50 leitos clínicos (enfermarias) e 10 de UTI, todos equipados com respiradores. No entanto, cabe ao Governo do Estado o envio dos recursos para colocá-los em funcionamento, desafogar os hospitais da região e salvar mais vidas nos municípios vizinhos.

A estrutura hospitalar foi apresentada na última quinta-feira, 18, em uma transmissão ao vivo nas  redes sociais, pelo Prefeito Dr. Marcos Vinicius; Diretor Técnico, Élcio Antunes, e Referência Técnica de Enfermagem, Priscila Resende. 

“Temos leitos Covid-19 reservados para os fabricianenses, caso precisem, pagos com os impostos dos nossos munícipes. Queremos ajudar o Vale do Aço e temos condições de dar o suporte; mas é preciso que o Estado pactue (envie recursos) para consigamos colocar os demais leitos em funcionamento e contratar os profissionais”, afirma. “Mas também gostaria de deixar claro que Fabriciano fez o que todo mundo deveria ter feito, que é se preparar, deixar estrutura pronta para quando precisar usar. E de nada adianta a gente abrir leitos e mais leitos, se outros não estão fazendo a sua parte”, enfatiza Dr. Marcos Vinicius.

A estrutura do HJMM, gerido pela Prefeitura de Coronel Fabriciano, foi disponibilizada ao Estado em março de 2020, ou seja, no início da pandemia. O município realizou reforma e ampliação no Hospital, num investimento de R$ 1,2 milhão. Os leitos chegaram a ser pactuados pelo Estado e abertos em junho de 2020; mas cinco meses depois – no dia 26 de outubro – o Estado fez uma reunião para informar a desmobilização dos leitos Covid-19 criados na macro do Vale do Aço.

Fabriciano perdeu 10 leitos UTI Covid-19. Mas decidiu manter a estrutura física, caso seja necessário usar e o Estado decida pela pactuação, colocando os leitos à disposição da região. O HJMM, gerido pela Prefeitura de Fabriciano, é a única porta 100% SUS para casos de urgência e emergência da microrregião da Saúde de Fabriciano, formada por oito municípios e com população estimada em 217 mil.

TAXA DE OCUPAÇÃO

No início desta sexta-feira, 19, a taxa de ocupação dos leitos Covid-19 SUS no HJMM pactuado com o Estado chegou a 100%, entre pacientes de Fabriciano e outras cidades. Hoje, o Hospital Dr. José Maria Morais conta com 10 leitos UTI e 15 de suporte ventilatório para tratar pacientes de Covid-19 credenciados no SUS, para atender a microrregião de Saúde de Fabriciano. Estes leitos têm custeio tripartide – governos Estadual, Federal e Municipal.

Dr. Élcio Antunes explica o funcionamento da regulação de leitos pelo SUS Fácil, gerido pelo Estado. “É uma central que direciona os pacientes para os leitos disponíveis não só em Fabriciano, mas em toda rede SUS da região. Quando os pacientes de outras cidades chegam aqui são avaliados pelo corpo clínico e avaliamos o estado de saúde e a possibilidade de recebê-lo. Mas em alguns casos é verificado que o paciente pode ser atendido na rede de saúde da sua cidade de origem, sem a necessidade de internação”.

VACINAÇÃO EM MASSA

Durante a transmissão também frisada a importância da vacinação em massa e cobrado mais agilidade do Estado na distribuição das doses. “É um absurdo a Superintendência Regional de Saúde (SRS-MG) ficar cinco dias com vacinas estocadas sem encaminhar para os municípios sendo que a vacinação é a única forma de impedir que os quadros se agravem e salvar vidas. Vacinado não entra em hospital, não evolui para óbito”, afirma o prefeito.

Segundo dados do HJMM, no início da pandemia, a instituição chegou a ter quase 30% do seu quadro de pessoal afastado por conta do Covid-19. Com a vacinação dos profissionais da Saúde, nenhum funcionário precisou se afastar da atividade. Também não houve registro de óbitos de pacientes que já haviam recebido as doses.

NÃO À ONDA ROXA

Durante a live, o prefeito reafirmou a não adesão do município à “onda roxa” do Estado. A decisão é respaldada por uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) na RCL 42.591/2020, que devolveu a autonomia e competência aos municípios para adotar decisões de política públicas de saúde no combate ao coronavírus.

“Tiveram um ano para se preparar. Agora, com 15, 20 dias, será que vão fazer as ações necessárias?”, questiona Dr. Marcos Vinicius. “Isolamento era para preparar o sistema de saúde, não para a doença ir embora. Fabriciano fez isso nos 10 dias em que fechou as portas em 2020: montou a estrutura de saúde, da básica à hospitalar. Agora, as pessoas precisam entender que o coronavírus veio para ficar, é preciso se prevenir e principalmente, higienizar as mãos que são a maior fonte de contaminação”, conclui. 

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