Coma volta do ano letivo em Ipatinga, mais de 23 mil alunos voltaram aos estudos por meio do Programa de Aulas Remotas, em casa, seja com os blocos de atividades impressos e distribuídos nas escolas,seja de forma on-line, por meio da plataforma Estude em Casa. Mas como fica a situação dos alunos da Educação Especial? É possível também retomar essas atividades em meio à pandemia?

“Com certeza, a resposta é sim”, enfatiza Alessandra Reis, coordenadora pedagógica em uma das escolas da rede municipal. “A Educação Especial tem formas de atender e precisa atender no formato que for necessário. É um atendimento diferenciado para garantir a equidade, ou seja, a oportunidade para todos”, explica ela.

Para isso, as equipes pedagógicas da rede municipal prepararam ejá entregaram duas remessas de blocos de atividade e todos os kits de materiais e jogos, a fim de estimular as crianças em suas necessidades, habilidades e no aprendizado. “O que difere o atendimento da Educação Especial é a peculiaridade e a necessidade de cada um. Estamos num momento de grandes mudanças para as quais ainda não estávamos preparados. Entretanto, é preciso entender que o momento requer de todos nós uma força a mais para superarmos os desafios que encontramos”, conta a coordenadora.

Segundo a Secretaria Municipal de Ipatinga, as 47 escolas municipais e creches conveniadas acolhem e educam hoje cerca de 1 mil estudantes que necessitam de atenção personalizada. São alunos que apresentam algum tipo de deficiência física, mental ou sensorial; transtornos de aprendizagem; transtornos globais, como do espectro autista; entre outras necessidades psicomotoras, por vezes sem diagnóstico, que demandam atenção diferenciada.

Garantir o vínculo do aluno com a escola é um dos objetivos das atividades remotas da Educação Especial. A Elisângela Falcão é mãe do Nicolas, aluno do 4º ano da Escola Municipal Profa. Conceição Pena Rocha, no Esperança, e tem percebido o quanto essas ações têm feito a diferença em casa.

“No início, eu tive um pouco de dificuldade e tive que ir me adaptando. A gente foi fazendo e agora conseguimos, pois é como se fosse uma aula. A diferença é que, agora, ele tá em casa fazendo as atividades e estou junto com ele. O Nicolas, que é autista, quando entrou na escola teve muita dificuldade, chorava, não queria ficar. Mas sempre tive muito apoio dos professores e hoje ele gosta e sente falta. E quando falaram das atividades remotas, pensei que seria algo menos elaborado, não imaginei que seriam os jogos. Fiquei muito surpresa, estou muito feliz e muito satisfeita, e o meu filho tem tido uma resposta bem positiva”, agradece a mãe.

A evolução na Educação Especial fica ainda mais visível quando se trabalha de forma multidisciplinar. “Além de nossas equipes pedagógicas, é importante ressaltar e valorizar também o trabalho dos professores em sala aula, dos professores do atendimento especializado, dos intérpretes, dos assistentes, bem como dos profissionais parceiros da saúde que contribuem para o desenvolvimento dessas crianças, como psicólogos, terapeutas ocupacionais e fonoaudiólogos. Afinal, nosso foco é o mesmo: oferecer atendimento de qualidade para todos”, resume Alessandra Reis.

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