O vice-presidente da República, general Hamilton Mourão, afirmou que uma eventual ruptura democrática está “fora de cogitação” e que “não existe espaço no mundo para ações dessa natureza”. As declarações foram publicadas pela jornalista Andréia Sadi, do G1, nesta quinta-feira, 28. Mourão também minimizou as falas do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente Jair Bolsonaro, que falou em “momento de ruptura” em uma live.

“Quem é que vai dar golpe? As Forças Armadas? Que que é isso, estamos no século 19? A turma não entendeu. O que existe hoje é um estresse permanente entre os poderes. Eu não falo pelas Forças Armadas, mas sou general da reserva, conheço as Forças Armadas: não vejo motivo algum para golpe”, declarou Mourão.

A fala de Mourão ocorre depois de Bolsonaro adotar um tom de ameaça ao comentar as medidas tomadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no inquérito que apura fake news e tem como alvos aliados bolsonaristas. Bolsonaro disse que não vai admitir “decisões individuais” e que “ordens absurdas não se cumprem”. “Acabou, porra!”, esbravejou o presidente a jornalistas nesta quinta-feira.

Na quarta-feira, o deputado Eduardo Bolsonaro também criticou a atuação de ministros do STF na investigação sobre a suposta interferência do pai na Polícia Federal e no inquérito das fake news que autorizou mandados de busca e apreensão contra aliados da família. “Falando bem abertamente, opinião de Eduardo Bolsonaro, não é mais uma opção de se, mas, sim, de quando isso (ruptura institucional) vai ocorrer”, disse em uma transmissão.

Mourão minimizou as declarações do filho “03” do presidente Bolsonaro.”Me poupe. Ele é deputado, ele fala o que quiser. Assim como um deputado do PT fala o que quiser e ninguém diz que é golpe. Ele não serviu Exército. Quem vai fechar Congresso? Fora de cogitação, não existe situação para isso”, afirmou.

À jornalista, o vice-presidente reforçou que, em sua avaliação, o inquérito das fake news deveria ter sido enviado à Procuradoria-Geral da República, para que o Ministério Público decidisse se abriria ou não a investigação, e defendeu que o tema fosse debatido pelo plenário do STF.

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