O ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, terá pela frente, hoje, um dos maiores desafios desde que assumiu o posto. No final da manhã, ele terá uma reunião com líderes dos caminhoneiros, que ameaçam deflagrar uma nova paralisação caso não tenham atendidas as reivindicações por remuneração maior pelo transporte de mercadorias. Os transportadores autônomos estão insatisfeitos, entre outros pontos, com a Resolução nº 5.849/2019 da Agência Nacional dos Transportes Terrestres (ANTT), que estabeleceu preços mínimos para os fretes. A tabela foi temporariamente suspensa para evitar o acirramento de ânimos entre a categoria, enquanto o governo busca encontrar uma solução para o problema.

A decisão de suspender a planilha de custos, entretanto, obrigou Freitas a se engajar com o outro lado da moeda. Ontem, ele se reuniu com representantes da indústria e do agronegócio, que não abrem mão da resolução, por considerá-la tecnicamente adequada e suficiente para permitir a negociação de outros valores entre caminhoneiros e as empresas que contratam seus serviços. O argumento de entidades patronais é de que a tabela foi feita após uma série de audiências públicas em vários estados, e com base em estudo da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), da Universidade de São Paulo.

Participaram da reunião de ontem representantes da Confederação Nacional da Indústria (CNI), da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e do Sindicato Nacional da Indústria de Cerveja (Sindcerv). Falando em nome do grupo, ao final do encontro, a diretora de Relações Institucionais da CNI, Mônica Messemberg, explicou que a intenção era questionar o governo sobre a suspensão da tabela de frete da ANTT.

“Ficou esclarecido que não houve revogação. Temos uma suspensão da tabela para permitir a criação de alguns consensos, evitando uma situação de greve”, disse Mônica. “O ministro informou que, amanhã (hoje), terá uma reunião com os caminhoneiros para buscar uma solução satisfatória para ambos os lados. Certamente, a curto prazo, vamos tentar resolver isso e retornar à tabela da Esalq, que é reconhecida tecnicamente como mais adequada, e que reflete os custos mínimos necessários para o setor”, afirmou.

Espaço Ainda segundo Mônica Messemberg, a indústria é contra o tabelamento, mas aceita a resolução atual da ANTT. “Tabelamento, não. Somos contrários, por definição, e não abriremos mão desse ponto. A tabela reflete os custos mínimos, e acreditamos, tecnicamente, ser a mais razoável para se começar a construção de um preço de frete. Tanto que há espaço para uma série de outras implementações”, disse a executiva. “Tem abertura para pagamento de pedágio, de uma remuneração que seja um lucro ou outro adendo. O ministro está empenhado em um acordo e acredita, seriamente, que isso possa ocorrer. A expectativa é de que tudo termine da melhor forma possível”, afirmou.

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