O governador Wellington Dias (PT), do Piauí, será o emissário do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas conversas com o PSDB e outros partidos do centro. A estratégia é encontrar “um lugar para Lula na crise sanitária” para que, juntamente com outros ex-presidentes – como Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e Michel Temer (MDB) -, exerça influência internacional a fim de conseguir vacinas e insumos para a produção de imunizantes no País.

“É hora de dar os braços ao João Doria, ao Eduardo Leite, independentemente de 2022. É a hora de os líderes demonstrarem grandeza”, afirmou Dias ao Estadão, sobre os governadores tucanos de São Paulo e do Rio Grande do Sul.

Dias e Lula conversaram na quinta-feira, 11. O aliado do Piauí é o coordenador do consórcio de governadores do Nordeste, que anunciou, no dia seguinte, um acordo com o fabricante russo da vacina Sputnik para a compra de 39 milhões de doses. A inclusão de Lula nos diálogos sobre a crise sanitária teria dois objetivos: mantê-lo em evidência, mas fora do noticiário sobre seus problemas judiciais, e reforçar a estratégia de buscar estabelecer pontes com o centro.

Na quarta-feira, 10, o ex-presidente aconselhou o partido a repensar os encontros eleitorais que havia autorizado o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad a cumprir. Candidato ao Planalto derrotado em 2018, ele já havia se reunido com o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD). No dia seguinte, deveria ter se encontrado o deputado federal Marcelo Freixo (PSOL-RJ), mas cancelou. A ordem é deixar baixar a poeira da decisão do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), que tornou Lula elegível.

Aceno

Para conseguir romper o canto esquerdo onde estava relegado nos últimos anos, o petismo não poupa, agora, elogios à atuação de Doria na pandemia. Wellington Dias afirmou: “O papel dele é importantíssimo. Se não fosse o governador Doria, não teríamos vacinação. São do Butantan cerca de 8 milhões das 12 milhões de vacina aplicadas até agora no Brasil”.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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