O diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, foi exonerado da função. A decisão é do governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) e foi publicanda no Diário Oficial da União desta terça-feira (20), com a assinatura do ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira. A dispensa ocorre apenas do cargo de direção, e não dos quadros da PRF.

A demissão de Vasques acontece em meio à polêmicas envolvendo seu nome no atual governo. Ele é réu por improbidade administrativa em uma ação movida pelo Ministério Público Federal (MPF) e aceita pelo juiz José Arthur Diniz Borges, da 8ª Vara Federal do Rio de Janeiro, em 15 de novembro.

Na ocasião, o MPF alegou que o então diretor da PRF fez uso indevido do cargo. Entre os exemplos, usou o pedido de votos para Bolsonaro em uma rede social. O atual mandatário foi derrotado por Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que tomará posse em 1º de janeiro. A PRF comentou o caso e disse que “acompanhava com naturalidade” a citação de Vasques.

A instituição também é alvo de inquérito aberto pela Polícia Federal (PF) para investigar a realização de blitz da PRF no dia do segundo turno da eleição. Na época, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes, proibiu os bloqueios pelos policiais federais. A ordem, no entanto, foi descumprida e, de acordo com relatos em redes sociais, atrasou a chegada de eleitores nas urnas, especialmente na região Nordeste. A PRF justificou a blitz alegando que fiscalizou questões técnicas dos veículos, como condições de pneus.

Vasques também tem o nome envolvido na repercussão de atos promovidos por apoiadores de Bolsonaro que não aceitam a derrota eleitoral do mandatário. Depois de 30 de outubro, quando houve o segundo turno das eleições, manifestantes bloquearam rodovias ao redor do país. O MPF aponta que há indício de omissão da PRF em desmobilizar os bloqueios por motivação política.

O subprocurador-geral da República, José Adonis, classificou a conduta da direção-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF) durante o segundo turno eleitoral e os bloqueios de rodovias como “absolutamente incompatível” com a função de comando.

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