Grupos consideram que medida do governo Lula trará ‘graves consequências à economia nacional’

BRASÍLIA. Um manifesto assinado por 24 Frentes Parlamentares, que representam diversos setores da economia, pede que o presidente do do Congresso Nacional, o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), devolva de ofício a Medida Provisória (MP) para compensar a manutenção da desoneração da folha salarial de 17 setores da economia e prefeituras até 2027.

Chamada de “MP do equilíbrio fiscal” pelo governo, a MP busca bancar o custo de R$ 26,3 bilhões da desoneração em 2024, sendo R$ 15,8 bilhões em relação às empresas e R$ 10,5 bilhões por meio dos municípios.

No manifesto, as Frentes afirmam que caso não seja possível devolver a MP, que seja colocada rapidamente em votação pelo plenário do Congresso para que seja rejeitada e sua vigência, cessada de forma imediata.

Na avaliação dos parlamentares, a medida traz “graves consequências à economia nacional”, principalmente devido à mudança nas modalidades de restituição ou compensação de saldos credores do PIS/COFINS.

“Estas novas restrições fiscais aumentam a burocracia tributária, contradizendo os princípios que orientaram a recente reforma tributária e representando um retrocesso na eficiência da restituição de tributos pagos indevidamente. A impossibilidade de compensar créditos de PIS e COFINS terá um impacto significativo no fluxo de caixa das empresas”, diz o texto.

Segundo o documento, a limitação da compensação tributária provoca uma “arrecadação ilícita” do Estado e uma “apropriação indébita do dinheiro do contribuinte pelo Poder Público”, sem uma consulta prévia aos setores afetados.

“Como consequência, as empresas poderão suspender operações e reavaliar contratos, levando a uma desaceleração econômica, aumento do desemprego e redução de investimentos no setor produtivo. […] A forma como o Governo propõe a compensação da desoneração da folha é inconstitucional, sendo um uso de manobras ilegais”.

Entre as Frentes Parlamentares que assinam o manifesto, estão a da Agropecuária, do Empreendedorismo, de Comércio e Serviços, pelo Livre Mercado e de Petróleo, Gás e Energia, entre outras.

Confira abaixo os principais pontos da nova MP:

  • Sem criação ou aumento de tributos.
  • Sem prejudicar os contribuintes menores ou o setor produtivo.
  • Corrigir distorções do sistema tributário brasileiro.
  • Não-cumulatividade do PIS/Cofins: atualmente, a arrecadação é próxima de nula ou até “negativa” em alguns setores.
  • Princípios da não-cumulatividade (neutralidade principalmente) foram distorcidos em verdadeiras subvenções.
  • Outros setores, não contemplados, carregam o ônus da tributação.
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