Candidato apoiado por Bolsonaro se juntou a Baleia Rossi, que defende o retorno do benefício desde o início de campanha

O auxílio emergencial, benefício para auxiliar brasileiros sem renda diante da pandemia da covid-19, é defendido pelos dois principais candidatos à presidência da Câmara dos Deputados. Baleia Rossi (MDB-SP) e Arthur Lira (PP-AL) endossam em ambos os discursos de que a medida pode vigorar em 2021, desde que respeitada a norma do teto de gastos e do orçamento.

O discurso sobre a possibilidade de prorrogação do auxílio foi feito por Rossi desde o início de sua candidatura. Inclusive, o benefício é um dos compromissos da aliança entre seu nome com partidos de esquerda, como PT e PDT.

“Por isso é tão importante voltarmos a olhar a nossa pauta com responsabilidade fiscal, votando reformas importantes e também, porque não, voltar a debater o auxílio emergencial. A pandemia não acabou. O ano passado parecia que nós íamos virar o ano e a pandemia ia acabar. Essa não é a realidade. E nós temos hoje milhões de brasileiros que vão deixar de receber o auxílio emergencial e vão voltar a ter grandes dificuldades”, disse Rossi.

Nesta segunda-feira (18), Lira também admitiu em entrevista coletiva que o benefício pode ser prorrogado, a depender do orçamento e do valor e do número de parcelas do auxílio. “Penso que, com Orçamento (aprovado), dependendo do valor e do prazo e respeitando o teto de gastos, tenhamos possibilidade de fazer um auxílio, até que se vote um novo programa permanente”, afirmou.

O candidato argumentou que a criação de um novo programa deverá ficar condicionada à aprovação, pelo Congresso, da chamada PEC Emergencial, que propõe redução dos gastos públicos por meio de medidas como redução de salário de servidores, suspensão de concursos e até o fim de municípios brasileiros.

A pressão feita por parlamentares, principalmente de esquerda, bateu às portas do Ministério da Economia, que avalia que, caso haja a necessidade de renovar o auxílio, o valor precisará ficar abaixo dos R$ 300. O ministro Paulo Guedes já admitiu publicamente a possibilidade de renovação do benefício, mas nenhum movimento prático foi feito até então.

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido), por sua vez, deu uma declaração sobre a possibilidade de renovação do benefício no dia 7 de janeiro. Na ocasião, o titular sinalizou a apoiadores, em Brasília, que o governo federal não poderá continuar com o auxílio.

Um dos apoiadores disse a Bolsonaro que o chefe do Planalto recebeu muito apoio no interior do Amazonas após o pagamento do auxílio. O presidente, contudo, evitou se comprometer com o benefício neste 2021 e ironizou a situação afirmando que, se pagar R$ 5 mil por mês para a população, ninguém mais vai trabalhar.

“Qual país do mundo fez auxílio emergencial? Parecido foi nos Estados Unidos. Aqui, alguns querem torna-lo definitivo. Foram quase 68 milhões de pessoas. No começo, foram R$ 600. Vamos pagar para todo mundo R$ 5 mil por mês, ninguém trabalha mais, fica em casa”, afirmou, na época.

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