O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) proibiu seus ministros de atenderem qualquer pedido do governador de São Paulo, João Doria (PSDB). As informações são da repórter Vera Rosa, do jornal O Estado de S.Paulo.

De acordo com a reportagem, Bolsonaro reforçou a ordem após seu principal adversário político iniciar a vacinação contra a Covid-19 no último domingo (17). Segundo o jornal, quem conversar ou fizer “graça” para o governador estará sujeito a receber um “cartão vermelho” de Bolsonaro.

O presidente estaria convencido de que Doria trabalha em sintonia com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), para desgastar cada vez mais a imagem do governo e articular um impeachment contra ele. Segundo o Estadão, em conversa recente com aliados, Bolsonaro teria dito que “não vão conseguir me derrubar”.

De acordo com o Estadão, em abril do ano passado, Doria ligou para o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o aconselhou a sair do governo para salvar sua biografia. Segundo a reportagem, o telefonema aconteceu logo após o ex-ministro da Justiça Sérgio Moro deixar o governo.

A relação entre Bolsonaro e Doria se acirrou ao longo da pandemia, especialmente por conta da vacina contra a Covid-19. Enquanto Doria trabalhava para comprar vacinas CoronaVac do laboratório chinês Sinovac, e para que o Instituto Butantan pudesse produzir sua própria vacina em parceria com a farmacêutica da China, Bolsonaro desacreditava o imunizante que, hoje, briga para que seja reconhecido como “do Brasil”.

Segundo a reportagem do Estadão, auxiliares de Bolsonaro que ainda conversam com o governador João Doria pedem para que nunca tenham seus nomes citados, e que dois assessores, sob a condição de anonimato, revelam que Bolsonaro chegou a ameaçar de demissão quem se aproximasse de Doria.

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