CIDADE DO MÉXICO – O presidente do México, Andrés Manuel López Obrador(AMLO), propôs ao americano Donald Trump um plano conjunto de US$ 5 bilhões entre os dois países para conter a imigração dos países da América Central aos EUA. A conversa ocorreu por telefone na quarta-feira 12.
“Foi muito boa a conversa, amistosa e respeitosa. E falamos do tema migratório e da possibilidade de acertar um acordo de inversão para apoiar projetos produtivos”, afirmou López Obrador nesta quinta-feira, 13, em entrevista coletiva.
O programa conjunto teria como objetivo o desenvolvimento e geração de empregos na América Central e no México para que as pessoas “não tenham necessidade de migrar”, explicou o presidente mexicano. “Falei a ele (Trump) para nós organizarmos esse plano que já está contemplado no orçamento que será entregue (ao Legislativo) no sábado, de US$ 5 bilhões”.
López Obrador falou que seria um “acordo conjunto de investimento, que incluiria empresas e os governos”.
Nesta quinta, Trump usou o Twitter para falar que o México arcará com os custos do muro a ser construído na fronteira entre os dois países. Segundo ele, o dinheiro virá do que for poupado com o novo acordo comercial entre EUA, México e Canadá (UMSCA, conhecido como novo Nafta), apesar de o americano ter pedido dinheiro ao Congresso para financiar a construção.
Questionado sobre se falaram sobre o muro, o presidente mexicano informou que “não foi tratado desse tema em nenhuma conversa”. A Casa Branca não respondeu de imediato ao pedido de comentário feito pela agência Reuters.
Imigração
Milhares de imigrantes estão vivendo em abrigos e acampamentos lotados em Tijuana após deixarem a América Central fugindo da pobreza e da violência. Eles podem precisar esperar semanas ou meses para pedir asilo na fronteira dos Estados Unidos.
A imigração ilegal foi tema central da campanha presidencial de Trump. Ele voltou à questão diversas vezes este ano antes das eleições legislativas de 6 de novembro.
López Obrador tem prometido desestimular a imigração por meio do desenvolvimento econômico, e quer que os EUA contribuam para um plano direcionado ao sul do México, região mais pobre do país, e à América Central. / EFE e REUTERS