Os bastidores do Atlético-MG voltaram a ficar movimentados, apesar do clube estar sendo o protagonista desta pausa forçada do futebol devido a pandemia do coronavírus. O Galo tem se movimentado fora dos campos com reforços caros, lançamento da nova camisa, entre outras ações que tem agitado o torcedor. Porém, os grupos políticos do clube estão em franca disputa.

O motivo: as eleições que acontecem no fim do ano. O atual presidente, Sérgio Sette Câmara, tentará a reeleição. O seu adversário, provavelmente será o presidente do Conselho Deliberativo, Castellar Modesto Guimarães. E, o duelo entre os dois já se iniciou antes mesmo do pleito.

Castellar trava a votação e aprovação das contas de 2019 do clube, o que pode gerar alguma sanção no Profut, programa de financiamentos de impostos atrasados do Governo Federal.

O racha entre Sette Câmara e Castellar se intensificou pela iniciativa de Rafael Menin, vice do conselho, e um dos donos da MRV Engenharia, parceira e financiadora de vários reforços do Galo. Menin convocou os conselheiros para votar o balanço alvinegro, gerando novo atrito e troca de acusações entre executivo e conselho do Atlético.

Sérgio Sette Câmara acusou Castellar Guimarães Filho de atrasar a votação para prejudicar seu trabalho na presidência.

-Com absoluta certeza ele fez isso para prejudicar a minha gestão pouco importando se isso também prejudicaria o clube. Ele foi extremamente irresponsável-disse Sette Câmara, para em seguida, afirmar que o presidente do Conselho não acrescenta muito para o Galo.

-Eu acredito que ele deveria, no mínimo, depois de todo esse desgaste, repensar a condição dele dentro do clube, já que ele nunca deu nada assim de importante, nunca se dedicou ao clube, ele só se aproximou do clube para poder estar ali tendo privilégios de camarote, viagens e etc. Porque, de fato, eu não me lembro de uma coisa prática que ele pode ter nos ajudado. Então, ele é uma pessoa que, diferentemente do Rafael Menin, não vai fazer diferença nenhuma se ele permanecer no clube ou não- completou.

Os atritos entre Castellar e Sette Câmara podem refletir em um confronto ainda maior: entre o grupo do ex-presidente Alexandre Kalil contra os apoiadores do atual mandatário do clube. Eles vêm se “enfrentando” há vários meses com troca de declarações e acusações.

A rixa também tem origem em outra disputa: entre Kalil e o ex-presidente Ricardo Guimarães, dono do Banco BMG. Eles são adversários políticos no Atlético há muitos anos e o rompimento veio quando Guimarães era presidente e Kalil cuidava do futebol, em 2003.

A rixa aumentou quando Kalil assumiu o cargo de presidente do clube, ficando no Galo de 2008 a 2014. Ricardo dirigiu o clube entre 2001 a 2006. Com os recentes investimentos de parceiros do Atlético-MG, incluindo o BMG, Ricardo Guimarães ganhou força na gestão de Sérgio Sette Câmara, cujo ano de 2020 tem sido marcado por fortes investimentos em atletas mais caros.

O afastamento entre Alexandre Kalil e Ricardo Guimarães teve como mote principal a aproximação de Ricardo a CBF, então presidida por Ricardo Teixeira, que era desafeto de Kalil, que sempre foi contra se relacionar com a entidade, por considerar que em diversas vezes prejudicou o time alvinegro dentro e fora de campo.

A divergência fez com que Kalil deixasse a gestão de Guimarães em 2003 e, no ano seguinte,2004, virasse oposição a Ricardo ao ser o novo presidente do assumiu do Conselho Deliberativo do Atlético-MG, para em seguida se tornar o mandatário do clube.

A rivalidade pode ter aumentado, pois no período Kalil na presidência, o Galo conseguiu suas maiores conquistas, como a Libertadores de 2013; Recopa e Copa do Brasil de 2014, além três mineiros, em 2010, 2012 e 2013. Já no período de Ricardo Guimarães, o Atlético foi rebaixado em 2005, tendo sua gestão recebido muitas críticas.

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