Há um ano, em 14 de maio de 2018, Tite anunciou os 23 convocados para disputar a Copa do Mundo de 2018. Com Geromel, Paulinho e Taison na lista, o treinador manteve a coerência do seu trabalho até então, mas não foi o suficiente para passar das quartas de final do torneio. Tite ganhou uma segunda chance. Foi escolhido para continuar no comando da seleção mesmo após perder a Copa, algo inédito na gestão da CBF (Confederação Brasileira de Futebol). E, nesta sexta-feira, convocou a seleção para a disputa da Copa América 2019, que acontecerá no Brasil, já pensando no ciclo de renovação, que tem como objetivo o Mundial do Catar em 2022.

Naturalmente, jovens ganharam oportunidades dentro dos 23 nomes. Com exceção de Daniel Alves, que não foi para a Rússia por conta de uma lesão, são oito chamados que não estiveram nos planos para a Copa do ano passado: Militão, do Porto; Alex Sandro, da Juventus; Arthur, do Barcelona; Allan, do Napoli; Lucas Paquetá, do Milan; Everton, do Grêmio; David Neres, do Ajax; e Richarlison, do Everton. Jogadores que cresceram em seus clubes desde o fim do último Mundial e têm a chance de já se mostrarem como boas opções para o próximo. Pela idade, ao menos, estarão na melhor fase de suas carreiras daqui três anos.

Eder Militão

Em junho do ano passado, Militão era apenas um titular sem destaque no São Paulo. Zagueiro de origem, chamou a atenção desde as categorias de base pela versatilidade e se firmou como lateral-direito na equipe são-paulina. Foi bem no início do campeonato brasileiro e, em julho, se transferiu para o Porto. Em uma temporada no futebol europeu, chegou às quartas da Champions League e atraiu os olheiros dos maiores clubes do mundo. Em março, com 21 anos, foi comprado pelo Real Madrid por 50 milhões de euros e se tornou o zagueiro mais caro da história do time espanhol, por quem começará a jogar na próxima temporada. Foi convocado duas vezes e jogou dois amistosos com a seleção.

Alex Sandro

Aos 28 anos, Alex é entre as novidades o que mais tem experiência na seleção. O lateral-esquerdo da Juventus tem 12 amistosos e dois jogos de Eliminatórias disputados pelo Brasil, sendo oito com Tite. No entanto, nunca jogou uma Copa América ou uma Copa do Mundo. Antes de ser chamado pela primeira vez pelo atual treinador, em junho de 2017, a última participação de Alex Sandro no selecionado havia sido em 2012. Na Itália, o lateral é titular e cada vez mais importante. Só na última temporada, foram 42 partidas pela equipe de Turim. Terá 32 anos em 2022, a idade com que Filipe Luís disputou o torneio na Rússia.

Arthur

O volante chamou a atenção quando, aos 21 anos, foi o melhor jogador e campeão da Libertadores 2017 pelo Grêmio. Naquele ano, foi chamado para as duas últimas partidas das Eliminatórias com Tite, mas não entrou. Depois disso, ficou na lista de espera para o Mundial de 2018, mas só voltou para a seleção no primeiro amistoso após a Copa, quando ele já atuava pelo Barcelona. Desde então, participou dos oito amistosos da seleção e teve uma temporada de afirmação no clube catalão, onde entrou em campo 43 vezes, mas nem sempre como titular. No Catar, estará com 26 anos.

Allan

Volante do Napoli, Allan compete com Alex Sandro como um dos mais velhos entre os estreantes. Ambos são de janeiro de 1991, mas o meia nasceu vinte dias antes. Allan foi revelado pelo Vasco, onde jogou de 2010 a 2012, e está há sete anos como titular do Napoli, com quem tem contrato até 2023, quando completará 32 anos de idade. Seu sucesso na Europa já fez com que a Itália tentasse o convencer a se naturalizar, seguindo os passos do atacante Eder e do volante Jorginho, mas Allan preferiu o Brasil. Foi convocado pela primeira vez em novembro do ano passado e mais uma vez em março deste ano. Nos três jogos que fez com Tite, convenceu o treinador pela regularidade.

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