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EntretenimentoMúsicaEliana Pittman homenageia Jorge Aragão e anuncia biografia para comemorar 80 anos

Eliana Pittman homenageia Jorge Aragão e anuncia biografia para comemorar 80 anos

Cantora carioca que surgiu na década de 1960 interpretando jazz e bossa nova, explodiu com o carimbó e depois viveu ostracismo imposto pela indústria fonográfica

Eliana Pittman reconheceu de imediato a beleza. Não era algo incomum para aquela que teve como padrasto o saxofonista norte-americano Booker Pittman (1909-1969), de quem herdou o sobrenome artístico e uma das lendas do jazz, habituado a tocar com Louis Armstrong e Count Basie.

Ao ouvir “Tendência”, ela ficou “profundamente impactada com a força dessa composição”. “Uma letra impactante, melodia marcante, e aquela maneira única de dizer tanto com simplicidade e beleza”, detalha Eliana. Lançada em 1981 com Beth Carvalho, no disco “Na Fonte”, a música foi registrada no mesmo ano por Dona Ivone Lara, que a assina com Jorge Aragão, em “Sorriso Negro”.

Foi a primeira vez que Eliana teve contato com “a genialidade” do músico que ela homenageia no recém-lançado álbum “Nem Lágrima Nem Dor”. “Percebi que estava diante de um compositor que fala direto à alma brasileira”, define.

Além de “Tendência”, outras canções imortalizadas por Jorge Aragão, cantadas ou compostas por ele, integram o repertório, como “Lucidez”, “Eu e Você Sempre”, “Loucuras de Uma Paixão”, “Minta Meu Sonho”, “Papel de Pão”, “Do Fundo do Nosso Quintal” e “Novo Endereço”, samba lançado por Alcione em 1987, de cuja letra foi retirado o verso que batiza o trabalho. A seleção deixa claro que o álbum não focou apenas nos “grandes sucessos”.

Das paradas de sucesso à geladeira

“Quis escolher músicas que falassem comigo diretamente, que tivessem uma conexão com as minhas vivências, com as minhas dores e alegrias. Foi um processo muito cuidadoso”, explica Eliana. Carioca da gema, ela começou a carreira no início da década de 1960, com apenas 15 anos, se apresentando em boates do Rio de Janeiro com standards do jazz e da bossa nova ao lado do padrasto, com quem gravou dois LPs, incluindo “Eliana e Booker Pittman”, em 1962.

Em 1966, estreou em disco solo com “É Preciso Cantar”, que trazia sua versão para “O Mundo Encantado de Monteiro Lobato”, samba-enredo da Estação Primeira de Mangueira. Na década de 1970, emplacou “Das Duzentas para Lá”, de João Nogueira, e, na sequência, apresentou ao Brasil o ritmo do carimbó, ao cantar a irresistível lavra do compositor paraense Pinduca.

Ironicamente, a mesma ousadia que a levou ao topo das paradas radiofônicas motivou o ostracismo, quando Eliana se recusou a seguir a fórmula comercial da repetição e foi posta “na geladeira” pelas gravadoras. “Quebrei um tabu, abri as portas para o carimbó, e depois paguei um preço caro”, recorda, sem, no entanto, “lágrima nem dor”.

Criatividade e reverência

Com o mais novo rebento, Eliana segue uma trilha que sempre a guiou, entre o inusitado e o consagrado, caçando pérolas e tendo como farol a beleza. “Revisitamos clássicos, claro, mas também demos espaço a canções que talvez não sejam as mais óbvias do repertório e que merecem ser ouvidas com atenção. A ideia era criar um mosaico afetivo do Jorge Aragão a partir do meu olhar”, justifica.

Essa criatividade também comparece nos arranjos. Identificados com uma geração de músicos que participou de trabalhos renovadores de Elza Soares e Jards Macalé, o paulista Rodrigo Campos, o belo-horizontino Thiago França e o alagoano Marcelo Cabral marcam presença no álbum de Eliana.

 

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